São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994
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Inocêncio quer Magalhães no ministério

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Confiante na vitória de Fernando Henrique Cardoso no primeiro turno das eleições, o presidente da Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), já defende o nome do líder do PFL, Luís Eduardo Magalhães (BA), para ocupar uma vaga no futuro ministério.
"Ele é um ótimo nome para qualquer pasta. Poderia ser, por exemplo, ministro das Comunicações, como já foi o pai (o ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães)", disse à Folha.
A indicação de Luís Eduardo para um dos ministérios de FHC deixaria Inocêncio praticamente sozinho na disputa pela Presidência da Câmara da próxima legislatura.
O atual presidente diz ter um acordo com Luis Eduardo, através do qual não disputarão a presidência da Câmara entre si. A idéia é que um apóie o outro. O problema é que ambos querem ser o presidente.
Inocêncio diz que FHC, candidato a presidente da República pela coligação PFL-PTB-PSDB, não deve negociar com o PT e o PDT na busca de apoio parlamentar e muito menos na composição do governo.
Para ele, o candidato deve procurar só os "partidos afins", como o PMDB e o PL, além dos que integram a coligação. No governo, o PFL deverá ter uma "participação boa, proporcional ao apoio que deu na campanha".
O presidente da Câmara lembrou que o PFL deu o "apoio fundamental" quando Fernando Henrique Cardoso não estava bem nas pesquisas.
Além disso, segundo ele, "a social-democracia governa com o liberalismo no mundo todo e não vai ser diferente no Brasil". Entre o PSDB e o PFL não existe "diferença ideológica" na opinião de Inocêncio.
Para o presidente da Câmara, com o fim do esforço concentrado desta semana encerrou também "a mais negra fase do Poder Legislativo".
Lembrou a CPI do Orçamento, a cassação de dez deputados, a renúncia do líder do maior partido (Genebaldo Correia, do PMDB) e o fracasso da revisão constitucional.
Encerrado o esforço concentrado desta semana, deputados e senadores passam a dedicar-se exclusivamente a suas campanhas eleitorais. A Câmara só volta a funcionar no próximo dia 11.
Como um terço dos senadores tem mais quatro anos de mandato e não está em campanha, o Senado vai manter sessões mesmo com baixo quórum.
Inocêncio espera que, reeleitos ou não, deputados e senadores retornem a Brasília no dia 11 de outubro, "para voltar à vida normal".
Ele defende que o Congresso aprove até o fim desta legislatura –16 de dezembro– o Orçamento da União de 95 (o de 94 ainda nem foi votado) e várias medidas provisórias, como a que criou o Real e a que regulamenta as mensalidades escolares.
"Não podemos continuar empurrando com a barriga estas matérias", diz.

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