São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994 |
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"Sábado" abre Mostra na terça
JOSÉ GERALDO COUTO \<FT:"MS Sans Serif",SN\>DIVULGAÇÃO"Sábado" abre Mostra na terça Alguém já disse que no Brasil convivem a Bélgica e a Índia. "Sábado" mostra o que acontece quando representantes desses dois mundos (o Primeiro e o Terceiro) se juntam no interior de um edifício decadente do centro de São Paulo. Nesse sinistro local, em que nada funciona e o lixo se acumula nas escadas, uma equipe de publicidade vai filmar um comercial sofisticado. Os yuppies da equipe entram então em choque com os moradores do prédio: prostitutas, marginais, malucos. Com humor corrosivo e notável domínio do ritmo, Ugo Giorgetti (autor do premiado "Festa") faz um painel de tipos, envolvidos numa infinidade de pequenos incidentes. O evento principal é o enguiço de um elevador, que mantém prisioneiros entre um andar e outro a apavorada diretora de arte do comercial (Maria Padilha) com um cadáver e dois funcionários do IML que vieram buscá-lo (Otavio Augusto e Tom Zé). Para fazer o trambolho funcionar, entram em cena um morador esquisito (Décio Pignatari) e o operador da "casa de máquinas" (Jô Soares). A harmonia entre atores e não atores no elenco –que tem ainda Giulia Gam, Renato Consorte, Wandi e André Abujamra– é um dos trunfos desta comédia amarga e um tanto cética sobre o caos social brasileiro. Enfim, um raro filme nacional em que o cuidado técnico não esconde falta de talento nem de inteligência. Sábado. Brasil, 1994. Direção de Ugo Giorgetti. Espaço Banco Nacional de Cinema/Sala 1: terça, dia 6, às 15h e às 22h. Texto Anterior: O melhor da Mostra BNC Próximo Texto: Schwarzenegger finalmente faz rir Índice |
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