São Paulo, quarta-feira, 7 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Movimento começou em 1829

LUIS ANTÔNIO GIRON
DA REPORTAGEM LOCAL

Os seguidores da música histórica interpretam peças antigas (sobretudo anteriores ao século 19) levando em conta fontes primárias (partituras e outros registros) em detrimento dos costumes românticos de execução adquiridos nos últimos 150 anos.
Nos espetáculos históricos, os instrumentos devem ser originais ou réplicas e o repertório, o mais desconhecido possível.
O demônio da restauração baixou na cultura européia em Berlim em 11 de março de 1829. Neste dia, o compositor alemão Félix Mendelssohn (1809-1847) regeu a "Paixão Segundo São Mateus", de J.S. Bach (1685-1750), na poeira desde 1729.
Mendelssohn escreveu: "Não podemos reorquestrar a partitura nem alterar o texto, pois é um dever deixar as obras exatamente como foram escritas".
A partir de então, a obra de Bach foi recuperada. Seguiram-se as de Haendel, dos filhos de Bach, Monteverdi e muitos outros mestres dos século 17 e 18.
O musicólogo suíço Arnold Dolmetsch (1858-1940) publicou em 1915 o primeira ensaio sobre o assunto, "A Interpretação da Música dos século 17 e 18". Redescobriu as obras dos ingleses John Dowland (1563-1626) e Henry Purcell (1659-1695).
Hogwood e Harnoncourt trocaram nos anos 80 o repertório barroco pelo clássico, como se houvesse uma linha evolutiva junto à retrógrada. Jacobs grava Claudio Monteverdi (1567-1643).
Os supernovos da música histórica são os franceses Les Musiciens du Louvre, liderado por Mark Minkowski, especialista em Lully, e o quinteto alemão Cantus Cõlln, voltado ao repertório germânico do século 17.
A música histórica surgiu como movimento alternativo. Harnoncourt prevê para cinco anos o ingresso dela na "mainstream" da prática erudita.
(LAG)

Texto Anterior: Christie acha que barroco já é tradição
Próximo Texto: Charpentier domina programa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.