São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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Isenção não elimina o ágio

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o presidente da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos), Luiz Adelar Scheuer, a isenção do Imposto de Importação sobre o carro "popular" não seria eficiente para combater o ágio.
Scheuer diz que a decisão, se tomada pelo governo, somente ajudaria a "gerar empregos na indústria automobilística da Coréia, dos EUA ou da Alemanha".
Na avaliação de Scheuer, a demanda pelo carro "popular" está muito aquecida.
Os importados "populares" não chegariam a tempo e em volume suficiente para atender à procura.
As montadoras, segundo Scheuer, são a favor da abertura do mercado, mas ela não pode ser indiscriminada. Para ele, o país precisa de uma política industrial. "Quem quer importar, precisa exportar também", diz.
As montadoras entregaram ao governo na última sexta-feira propostas para combater o ágio no carrro "popular": elas sugerem a redução do IPI nos carros médios e a proibição de revenda do carro "popular" durante um ano, a partir da data da compra.
Para fabricantes e concessionários, o governo estaria usando a ameaça da importação apenas para intimidar os revendedores que cobram ágio.
Segundo eles, não haveria interesse das marcas na importação do "popular" em grandes volumes sem garantia de isenção por um prazo longo. Até agora o governo somente teria sugerido corte temporária das alíquotas.
Mesmo se a decisão de trazer os carros fosse tomada, eles teriam que sofrer modificações para se adaptar às condições brasileiras. O que não poderia ser feito em menos de seis meses.

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