São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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Bancos estaduais trabalham de forma descasada, diz consultor

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos estaduais trabalham alavancados –"o que demonstra necessidade de capitalização"–, e estão "descasados", segundo Alberto Borges Matias, da Austin Asis consultoria.
Ou seja, captam recursos de curto prazo e emprestam ao setor público (estatais ou respectivos Tesouros estaduais) no longo prazo.
É também o "descasamento" que pode ameaçar a situação das pequenas financeiras. "Elas dilataram os prazos de empréstimos no crediário, sem dilatar o prazo da captação", diz, para depois acrescentar que "por outro lado, está crescendo a inadimplência".
No mercado financeiro, segundo a Folha apurou, caso o recolhimento do compulsório coloque em risco a saúde de instituições, eles podem agir de duas maneiras: 1) recolher e, depois, usar as linhas de redesconto do BC; 2) não recolher e esperar pela reação do BC.
Matias lembra que, logo no início do real, no primeiro aperto de liquidez, "o BC já foi obrigado a agir. Ele trocou títulos estaduais por federais e promoveu reunião com banqueiros para garantir o financiamento diário".
O consultor da Austin Asis diz acreditar que se o compulsório foi criado para controlar o consumo, "ele é desnecessário. Esta bolha de consumo, via crediário, é passageira. Como uma medida preventiva, não está errado. Mas acho que ele será abrandado".

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