São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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EUA explicam como vai ser o ataque no Haiti

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um dos militares responsáveis pela invasão do Haiti informou ontem aos representantes dos países da América Latina em Washington que ela é irreversível e vai ocorrer mesmo que o general Raoul Cedras deixe o país.
O general Michael Byron afirmou que a invasão se dará em vários pontos do Haiti ao mesmo tempo, que os EUA esperam encontrar resistência durante um dia e antecipam mais dois ou três dias até terem controle total do país.
Se for preso, Cedras não será trazido para os EUA –como Manuel Noriega, do Panamá, em 1991. Ele e os outros integrantes do regime militar serão entregues à Justiça haitiana, segundo Byron.
O presidente haitiano no exílio, Jean-Bertrand Aristide, será reconduzido ao poder assim que a situaação estiver sob controle, de acordo com Byron. O general não informou quando a invasão será iniciada.
O treinamento das tropas norte-americanas que invadirão o Haiti começou ontem numa base militar em Porto Rico, um Estado associado aos EUA no Caribe. Cerca de 1.800 fuzileiros navais participam do treinamento.
Além deles, outros 1.425 marinheiros em dois navios de guerra participarão da operação militar.
Moradores da ilha de Vieques, em Porto Rico, onde a base militar norte-americana está instalada, protestam contra o treinamento. Dizem que ele coloca em risco o meio ambiente e a pesca locais.
Outros 260 soldados de cinco países da região do Caribe vão participar da invasão junto com os norte-americanos.

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