São Paulo, sábado, 10 de setembro de 1994 |
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Itamar diz ser preocupante a tensão entre EUA e Cuba
SILVANA DE FREITAS
O presidente defendeu uma "política de mão estendida" no discurso de abertura da 8ª Cúpula do Grupo do Rio. A posição brasileira contraria a da Argentina. Ontem, ao final da primeira sessão de trabalho, o presidente Carlos Menem avisou que uma declaração formal de apoio a Cuba só sairá se houver consenso. Ele é contrário a este apoio explícito ao governo de Fidel Castro (leia texto ao lado). Os chefes de Estado de 14 países que compõem o Grupo do Rio terminam hoje o encontro, no Hotel Glória, no Rio, onde vão aprovar a declaração do Rio, um documento com o qual pretendem influir na Cúpula das Américas. Itamar defendeu que a Cúpula das Américas –o encontro convocado pelo presidente dos EUA, Bill Clinton, para dezembro– permita a negociação do apoio externo aos programas de estabilização econômica da região. "O êxito dos programas de ajuste macroeconômico na região muito depende de condições externas que concorram para a estabilidade e continuidade do processo." Segundo Itamar, a Cúpula das Américas "poderá marcar a partida para uma nova fase da vida hemisférica, em que se associem realismo e solidariedade". A declaração do Rio será aprovada hoje, com 24 pontos de consenso. Entre estes pontos, está a ampliação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). O Brasil tem interesse em obter assento permanente no conselho. O Grupo do Rio também vai declarar interesse de maior acesso a novas tecnologias, como contrapartida à adesão ao Tratado de Tlatelolco, sobre a não proliferação das armas nucleares. Segundo ele, a crise política do Haiti precisa ser conduzida com "esforço político e diplomático". O Grupo do Rio não apoiará a intervenção no país. Ele lembrou que a Bolívia e o Chile estão discutindo a associação ao Mercosul, já integrado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Segundo ele, a América Latina e o Caribe "desejam a cooperação e não o assistencialismo". Itamar também disse que o Grupo do Rio precisa reforçar os compromissos dos 14 países com a luta contra a corrupção, o crime organizado e o narcotráfico. Texto Anterior: Os últimos serão os primeiros Próximo Texto: Menem afirma não haver consenso sobre tema Índice |
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