São Paulo, sábado, 10 de setembro de 1994 |
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Menem afirma não haver consenso sobre tema
SERGIO TORRES
O presidente Carlos Menem disse ontem que a Argentina é contrária à elaboração de documento específico sobre Cuba e Haiti por parte dos países do Grupo do Rio. Para Menem, "não há um consenso" que permita uma posição conjunta do grupo sobre as crises. "Acredito que não sairá deste encontro o documento paralelo sobre Cuba e Haiti porque não há um consenso geral", disse à tarde o presidente no Hotel Glória. A Argentina é o principal opositor do documento paralelo proposto ontem pela manhã, em discurso, pelo presidente Itamar Franco, que defendeu o fim do embargo econômico a Cuba. Para o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Guido di Tella, o embargo "é uma desculpa" do presidente cubano, Fidel Castro, para justificar o "péssimo manejo da economia" do país. "Castro coloca o embargo como causa de seus males. Isto não é certo. Por que ele não compra no México ou na Coréia o que não pode comprar nos EUA?", perguntou o chanceler, para quem são falsas as notícias de que a Argentina receberá refugiados cubanos. Sobre a crise haitiana, Menem disse ser "muito possível" que a Argentina integre a força de paz prevista pela ONU (Organização das Nações Unidas) para se instalar na ilha. A presença argentina no Haiti se daria em uma fase seguinte à possível ocupação militar por tropas norte-americanas. Da ocupação a Argentina não participaria. O chanceler da Argentina afirmou que a segunda fase a que Menem se referiu será a de "reestruturação da democracia" no Haiti. O chanceler condicionou o apoio argentino à pretensão brasileira de ter uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. "Podemos apoiar o candidato brasileiro e esperamos que haja reciprocidade do Brasil em relação à Argentina. É um assunto que precisa de muita conversa." Texto Anterior: Itamar diz ser preocupante a tensão entre EUA e Cuba Próximo Texto: Presidente quer atrair capital estrangeiro Índice |
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