São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 1994
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EUA voltam a ameaçar com invasão do Haiti

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O secretário de Estado norte-americano, Warren Christopher, disse ontem que os EUA "esgotaram" seus esforços diplomáticos para obter a renúncia do governo militar do Haiti. A invasão deste país, agora, seria iminente.
"Está chegando o tempo em que teremos de usar a força militar e o presidente Clinton explicará cuidadosa e completamente ao povo americano quais as razões para isso", disse Christopher.
Suas declarações foram dadas em entrevista no programa "Meet the Press", da rede de TV NBC. O secretário de Estado afirmou ainda: "Espero e acredito que tenhamos apoio (da população americana), se chegarmos a isso".
Os EUA ameaçam há meses com uma invasão do Haiti. Seu objetivo é devolver o poder ao presidente exilado Jean-Bertrand Aristide, deposto há exatos três anos por um golpe militar. O atual presidente é o general Raoul Cedras.
Christopher disse também que há crescente apoio internacional para uma força de paz, que substituiria as forças norte-americanas de invasão. Na Europa, Holanda e Bélgica já declararam sua disposição de enviar contingentes.
Israel anunciou que cederia policiais para um grupo de monitores internacionais. Este grupo seria encarregado de supervisionar a reformulação da polícia haitiana, após a queda dos militares.
Cuba
Continua aumentando o número de cubanos que se lançam à travessia dos 145 km do estreito da Flórida, em balsas improvisadas, tentando alcançar os EUA.
No sábado, 551 pessoas foram resgatadas pela Guarda Costeira norte-americana. O total, desde janeiro, é de 35 mil fugitivos.
Cerca de 26 mil cubanos e 19 mil haitianos estão acampados na base norte-americana de Guantánamo, no extremo sudeste de Cuba.
O aumento das fugas é atribuído ao acordo Cuba-EUA, pelo qual o presidente cubano, Fidel Castro, se comprometeu a reprimir as fugas a partir de amanhã.

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