São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 1994
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Campos defende depósitos em dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado federal Roberto Campos (PPR-RJ), ex-ministro do Planejamento no governo Castello Branco, disse ontem que a redução das alíquotas de importação anunciada pelo governo representa um "movimento saudável" para aumentar a demanda por dólar e elevar a taxa de câmbio, desejável para o setor exportador.
Durante café da manhã com jornalistas, promovido pela Bolsa de Mercadorias & de Futuros, o deputado afirmou que a política cambial está sendo conduzida habilmente pela equipe econômica.
"Já é tempo de acelerar a entrada e saída de capitais", acrescentou Campos, defendendo a tese de que o governo deve aprofundar a liberalização do câmbio com a permissão de depósitos em moeda estrangeira para pessoas físicas e jurídicas não financeiras.
O deputado veio ontem a São Paulo para lançar seu livro de memórias "A Lanterna na Popa", editado pela Topbooks, do Rio de Janeiro.
No livro, ele retrata, em 1.417 páginas, os quase 50 anos da história econômica e política do país –do governo Getúlio Vargas ao de Castello Branco– de que participou "como autor e como expectador engajado".
Campos comparou o Plano Real a um avião que "levantou vôo muito bem, mas que terá de ser reabastecido no próximo aeroporto (leia-se governo). Se for Fernando Henrique Cardoso, haverá vontade de reabastecê-lo. Se for Lula, a vontade será de canibalizá-lo".
As maiores turbulências que o Plano Real enfrenta, para ele, são as pressões salariais do funcionalismo público, as verbas para a área da saúde subestimadas, a crise da previdência e a situação dos bancos estaduais.
O "reabastecimento" mais urgente, segundo o deputado, é a reforma fiscal, que pode ser implementada já neste ano, caso FHC vença no primeiro turno da eleição presidencial e "aproveite o clima de um Congresso agonizante".

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