São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 1994
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Emissão de pré-datado é recorde este mês

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A emissão de cheque pré-datado no país bateu o recorde na primeira semana de setembro.
Dados do Goodcheck, um serviço que garante às lojas o valor dos cheques recebidos, mostram que o pré-datado correspondeu a 61,24% das consultas entre os dias 1º e 7 de setembro.
Esse percentual superou os 60,48% registrados em agosto, o recorde anterior.
Os números da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) confirmam o crescimento da participação do cheque no comércio.
Depois de fechar agosto com queda de 3,5% sobre o mesmo mês do ano passado, as consultas ao Telecheque da ACSP nos dez primeiros dias de setembro registraram crescimento de 5% sobre igual período de 93. O Telecheque inclui as vendas à vista e as com cheque pré-datado.
"O pré-datado está voltando com força por causa das promoções nas lojas de confecção e nos postos de gasolina", diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Para Deolinda Victória, gerente de marketing da Teledata, empresa que opera o Goodcheck, uma das vantagens do pré-datado é que ele permite ao cliente escolher a melhor data de pagamento.
Segundo Rogério Bonfiglioli, vice-presidente da Acrefi, entidade que reúne as financeiras, a tendência é de aumentar a desintermediação financeira por causa das medidas adotadas pelo governo para conter as vendas a crédito. Com isso, deve crescer ainda mais a participação do cheque pré-datado.
Juros
O primeiro reflexo das medidas para frear o crediário já chegou no balcão das lojas.
Segundo a Acrefi, a taxa de juros pós-fixada cobrada pelas financeiras hoje oscila entre 4% e 6% ao mês, contra 3,5% e 5,5% na semana passada. Já o pré-fixado varia entre 6% e 9% ao mês, contra 5% a 7% no período anterior.
Desde a segunda-feira da semana passada, o Mappin, por exemplo, aumentou o juro cobrado no plano pré-fixado. Ele oscilava entre 3,5% e 8,5% ao mês e hoje está na faixa de 7% a 9,5%, em até sete pagamentos. Já a Arapuã diz que não alterou prazos ou taxas.
A subida dos juros conseguiu desacelerar, mas não reverter os negócios do crediário. Em agosto, as consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) da ACSP cresceram 46,7% e, nos dez primeiros dias de setembro, ficaram 42,5% acima de igual período do ano anterior.
Para Solimeo, os efeitos mais fortes da contenção do crédito serão sentidos mais para a frente, quando aumentar a parcela do depósito compulsório que os bancos terão de fazer no Banco Central.

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