São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 1994
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Título do GP é evolução de trabalho de 7 anos no vôlei

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira feminina de vôlei chega hoje ao Brasil com o título de campeã do Grand Prix depois de exatos sete anos da primeira conquista do vôlei do Brasil.
Foi num 13 de setembro, mas de 1987, que a equipe juvenil feminina brasileira venceu o Mundial da Coréia do Sul. Até então, o Brasil não possuía nenhum título internacional no vôlei.
A equipe de então tinha três das titulares da atual: Fernanda, Márcia Fu e Ana Moser. "Eu tinha muita fé nelas três", disse o técnico Marco Aurélio Motta, que dirigiu as campeãs de 87.
Dois anos mais tarde, foi a vez do treinador Wadson Lima revelar Hilma e Ana Paula, na equipe brasileira juvenil bicampeã mundial.
"Sinto que a vitória no Grand Prix tem a ver com o meu trabalho junto à seleção. Quase todas essas meninas trabalharam comigo", afirmou Lima.
Embora considerem que, de alguma forma, colaboraram para o título do Grand Prix, ambos os treinadores reconhecem os méritos do atual técnico da seleção, Bernardo Rezende.
"Bernardinho é muito competente, esperto e tem experiência no vôlei", afirmou Motta. "Ele fala e grita mais do que eu", completou Lima, que treinava as brasileiras antes de Rezende.
Os dois ex-técnicos da seleção juvenil também acham que a equipe principal está próxima do máximo de seu desenvolvimento.
"Elas possuem bastante experiência e maturidade, além de ser uma equipe ainda jovem. Devem chegar ao ápice na Olimpíada de Atlanta (96)", disse Motta.
Para Lima, o que ainda é necessário desenvolver na seleção é a regularidade nas partidas. "Já demos um grande passo na Liga, mas é preciso que as doze convocadas estejam num mesmo ritmo sempre", afirmou.
Memso assim, o treinador considera a brasileiras candidatas ao título do Mundial, marcado para final de outubro no Brasil.
"Só não podemos nos acomodar", disse Lima. Motta concorda. "O fato de o Mundial ser no Brasil ajuda. A equipe tem uma boa faixa etária e uma boa estrutura em sua preparação", afirmou.
Para ele, esses fatores fazem o Brasil favorito ao título, "ao lado de Cuba, Rússia e China".
Os dois só não concordam quanto ao futuro do vôlei feminino brasileiro após a Olimpíada.
"As equipes de base não têm conseguido bons resultados ultimamente e isso é preocupante", disse Motta, referindo-se ao 8º lugar no Mundial juvenil e à 5º colocação no infanto-juvenil (até 17 anos), ambos no ano passado.
Wadson Lima, que treina estas duas equipes, defende suas pupilas. "A longo prazo, temos condições de preparar uma equipe com, pelo menos, o mesmo nível da atual", disse.

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