São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 1994
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Vídeo de circuncisão dá cadeia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A polícia egípcia prendeu cinco pessoas por causa da reportagem sobre a circuncisão de uma menina no Cairo que a rede de TV CNN mostrou na semana passada.
Na reportagem, Naglaa Fathy Hamed, 10, tem seu clitóris cortado pelo barbeiro Anwar Ahmed. A família assiste a operação, realizada com uma navalha comum.
Uma das pessoas presas foi a produtora de vídeo Nevine Hamdan. Ela havia sido contratada pela CNN para encontrar uma família que concordasse com a filmagem. Nevine foi solta horas depois.
A CNN negou a informação de que Nevine pagou a família para concordar com a filmagem.
O pai de Naglaa foi solto sob fiança. Um outro parente dela, o barbeiro e um ajudante dele ainda estão detidos. Os quatro tiveram prisão preventiva de 45 dias decretada para investigações.
A circuncisão feminina é um hábito em países de maioria muçulmana, principalmente da África.
No Egito, os médicos são proibidos de realizar a operação. Em geral, ela é praticada por pessoas sem treinamento médico e em condições precárias de higiene.
Uma organização não-governamental egípcia que luta pelo fim do hábito diz que 91% das mulheres egípcias sofreram a circuncisão, que consiste em cortar parte do ou todo o clitóris.

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