São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Setores divergem sobre medida

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria nacional de brinquedos deve parar de aumentar sua produção. A afirmação é de Edson Kapaz, presidente da Abrinq (Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos), em resposta à medida do governo de reduzir as alíquotas de importação.
O setor de brinquedos tem cerca de 200 indústrias. Faturou no ano passado US$ 780 milhões.
A taxa de importação para o setor era de 40% no início do ano. Baixou para 30% em maio, segundo acordo através da câmara setorial.
Em troca, explicou, a indústria nacional teria que aumentar 15% sua produção, 20% os empregos (passaria de 24 mil para 28 mil) e diminuir 15% o preço médio do brinquedo ao longo deste ano.
"A redução das alíquotas cria uma perspectiva que não se tem mais uma estabilidade das regras do jogo. Foi a pior coisa para o plano de estabilização."
Medidas como essa, acrescentou, fazem os empresários do setor a pensar em abrir escritório de representação de empresas estrangeiras. "É engano pensar que essa política tenha implicação nos preços". Estes, disse, caíram 25% em termos reais nos últimos dois anos e vão cair mais 15% em 94.
Para ele, com a queda das taxas trabalhadores perdem emprego e empresários vendem menos –por causa do aumento do desemprego.
Carros
Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automores) disse ontem que é bem-vinda a redução das alíquotas.
Segundo Reze, a redução é inócua para conter o ágio. Isso porque a entrada dos veículos importados pagando menos imposto vai ter reflexos dentro de 90 a 120 dias.
Ele não teme queda nas vendas dos veículos nacionais, que têm crescido, mesmo com o aumento dos importados.
Para compensar a redução das alíquotas e tornar o produto nacional mais competitivo, o setor automobilístico quer menos tributação na cadeia produtiva, afirmou.

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