São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
Próximo Texto | Índice

Pai busca há 12 anos filho trocado

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O zelador José Correa Aguieiras, 54, conseguiu ontem, após 12 anos, a exumação de um bebê registrado como seu filho, mas que acredita ter sido trocado na maternidade. A exumação foi feita para a realização de um exame de DNA.
Aguieiras pretende provar que seu verdadeiro filho pode estar vivo e com 12 anos hoje. Em seguida, pretende localizá-lo através da Polícia Federal.
"Não vou causar susto em ninguém, nem tirar a criança da casa em que está. Quero apenas ser seu amigo e acabar com esta dúvida de 12 anos", disse.
A dúvida sobre a troca de bebês surgiu de uma anomalia encontrada na criança apresentado na maternidade como sendo filho de Aguieiras e de sua mulher, Geralda Cunha Aguieiras, 44.
Rogério da Cunha Aguieiras nasceu no dia 22 de outubro de 1982 no Hospital e Maternidade Paulistânio, no Brooklin (zona sul), e morreu 17 dias depois vítima de uma perfuração intestinal.
O parto, uma cesária, foi realizada pelo obstetra Spencer Sydow Sobrinho, que acompanhou Geralda no pré-natal.
Após o parto, Geralda disse ter visto a criança e detectado que era normal. No prontuário da sala de parto também consta que a criança não apresentava anomalias.
Após cinco dias, entretanto, enfermeiras do berçário teriam dito a Geralda que seu filho teria nascido com seis dedos em cada mão.
A possibilidade sobre a troca de bebês só foi levantada em 1986. Na época, o obstetra afirmou que, no mesmo dia em que Geralda deu à luz, um bebê com seis dedos nasceu na mesma clínica e que a mãe tinha a mesma anomalia.
Geralda não apresenta nenhum tipo de anomalia, tendo inclusive um laudo do IML (Instituto Médico Legal) atestando ser normal.
(AB)

Próximo Texto: Dúvida surgiu em inquérito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.