São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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O futuro do metrô

MIGUEL COLASUONNO

Há 20 anos, no dia 14 de setembro de 1974, eu iniciava a operação comercial do metrô de São Paulo. Sonho de várias gerações e necessidade inquestionável da cidade, o sistema metroviário passava a ser uma realidade efetiva, fator de melhoria da qualidade de vida dos habitantes e causador de novos hábitos e comportamentos por parte do cidadão paulistano.
Cabe-nos agora discutir o que de positivo e de negativo deve ser atribuído ao metrô. Ele não pode ser entendido exclusivamente como um modo de transporte de massa, dotado de alta tecnologia.
Defendo a volta da participação de São Paulo na construção do metrô, através de fundo específico para garantir sua continuidade e também o comando das decisões da obra. Porque a Prefeitura de São Paulo é que dispõe dos mecanismos institucionais para coordenar o uso e ocupação do solo. É atribuição estritamente municipal.
Acho o metrô prioritaríssimo como obra pública, porque melhora a qualidade de vida do cidadão, garante continuidade de desenvolvimento tecnológico e também um fluxo de produção industrial e de novos empregos, pois beneficia muitos setores da atividade econômica. Recordo que, na minha gestão, o Metrô chegou a manter mais de 10 mil empregos. Uma linha de metrô, por seu caráter estrutural e permanente, constitui um dos maiores, talvez o maior, fator de indução e condicionamento do progresso de uma cidade.
O conjunto das linhas metroviárias compõe com as ferrovias, as principais avenidas, os rios e suas marginais o "esqueleto" da cidade. É em torno dele, e em função dele, que os agentes urbanos se organizam em termos de habitação, emprego e lazer. Tenho orgulho de, como prefeito, ter inaugurado o metrô. Mais de 50% dos investimentos da linha norte-sul, num total de 17 km, foi aplicado na minha gestão porque eu já sabia –apesar dos meus 33 anos de idade– do grande significado social e econômico que representava a construção do metrô para a população, principalmente da nossa periferia.
Obra iniciada por Faria Lima e que teve continuidade com Paulo Maluf e Figueiredo Ferraz. Empreendimento que é de cada um e de todos os que vivem nesta cidade, que desfrutam de suas virtudes e sofrem por algumas de suas consequências. Que se envaidecem de sua qualidade e que se sentem responsáveis por ele.

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