São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Pedagoga é acusada de mandar matar marido

DA REPORTAGEM LOCAL

A pedagoga Maria Elizabete Di Giaino, 29, foi presa ontem sob a acusação de ter mandado matar seu marido, o médico Rafael Di Giaino, 34. O crime aconteceu em 1º de agosto passado, no Tatuapé (zona leste de São Paulo). Ela nega o crime.
Di Giaino era um dos donos do Hospital da Zona Leste, na Vila Formosa (zona leste). Ele foi morto com dois tiros por dois homens que estavam numa motocicleta.
Maria Elizabete disse que a acusação contra ela é uma manobra para ela perder a guarda de seus três filhos com o médico.
"Estávamos investigando um roubo de carga quando recebemos a informação sobre a identidade dos matadores do médico", disse o delegado Ricardo Petisco, 30, da 3ª Delegacia de Crimes contra o Patrimônio.
O primeiro a ser preso foi o cabeleireiro José Rocha Dutra, 37, o "Zé Maluco". Ele trabalhava em um salão no Tatuapé, que seria frequentado pela pedagoga.
Dutra confessou o crime. Disse que estava dirigindo a motocicleta e apontou o adolescente A.P.L., 17, como o autor dos tiros.
Ele também afirmou que havia sido procurado uma semana antes do crime pela pedagoga, que teria lhe oferecido R$ 20 mil para que ele matasse o médico.
"Foi ambição. Por isso, aceitei esse trabalho", disse Dutra. De acordo com ele, a pedagoga pediu que ele dirigisse a moto e contratasse outro homem para o crime.
"Procurei o A.P.L. e ele topou o serviço", afirmou. No dia do crime, o cabeleireiro e o adolescente esperaram o médico deixar o hospital em sua Caravan. Maria Elizabete estava com o marido no carro.
Ela pediu para o marido parar em um mercado e desceu da Caravan. Nesse momento, os assassinos chegaram e atiraram.
Segundo o delegado, a arma usada no crime, um revólver calibre 38, foi encontrada na casa de um amigo do adolescente.
Um exame na arma confirmou que foi dela que partiram os disparam que mataram o médico.
Com o adolescente, o delegado apreendeu um Opala. "Ele (A.P.L.) havia comprado o carro com o dinheiro que ganhou da pedagoga", disse Petisco.
Maria Elizabete teria pago R$ 9.000 aos dois assassinos. "Após o crime, ela disse que só nos daria isso. Disse que estava sem dinheiro", afirmou Dutra.

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