São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994![]() |
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Carro novo já está em falta nas revendas
MÁRCIA DE CHIARA
Desde o início da semana, as lojas se limitam a incluir os nomes dos futuros compradores em uma lista de espera, sem previsão de entrega. Outras vendem o carro antes de ser faturado pela fábrica. A redução na oferta de automóveis da indústria para as revendas piorou com a greve dos metalúrgicos do ABCD. Além disso, a venda recorde de carros em agosto enxugou os estoques das indústrias. No mês passado, foram vendidos 121.223 automóveis, 40% mais do que em julho de 94 e agosto de 93. Foi o melhor mês da história do setor, segundo a Fenabrave, que reúne as concessionárias. "Amanhã (hoje) não deve ter mais carros nas revendas", diz Sérgio Reze, presidente da Fenabrave. Como as revendas estavam com estoque para dois dias, o efeito greve já bateu nas lojas, diz. A Fenabrave, que projetava vendas de 140 mil unidades de veículos automotores para setembro, prevê redução brusca nas vendas por causa da greve. As revendas de veículos confirmam a falta de automóveis. "Só temos oito automóveis nacionais no estoque", diz Tadeu Gambarini, gerente da Davox, revenda Volkswagen. Há dez dias o estoque era de 250 unidades. A lista de espera para comprar um carro novo, popular ou básico, reúne 120 nomes. De segunda-feira até ontem, a lista engordou com 40 nomes novos, conta Gamberini. A Guaporé, revenda GM, tinha ontem só 50 veículos, todos "top" de linha, custando acima de R$ 30 mil. "Estou vendendo o carro antes da fábrica faturar para mim", diz Edson Policena, gerente. Francisco Caltabiano, presidente da revenda Ford que leva seu sobrenome, diz que a última remessa que recebeu da indústria foi de cinqüenta veículos na última sexta-feira. Seu estoque atual é 60 automóveis dos modelos mais caros. Até mesmo nas revendas da Fiat, cuja fábrica fica em Betim (MG) e não está em greve, faltam veículos. A Mirafiori, por exemplo, entre Tempra e Tipo, tem 16 veículos em estoque. Júlio Frossard, gerente de vendas, conta que nos últimos dez dias caíram as entregas de Tipo, importado da Itália. Motivo: a anúncio da queda das alíquotas de importação retardou as compras no exterior. Texto Anterior: Custo médio da cesta básica em São Paulo cai 0,38% Próximo Texto: Faltam refrigerantes em lata Índice |
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