São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Cuba interrompe saída de balsas e pede fim do embargo econômico

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS E DA

Agência Folha, em Santos
O governo de Cuba anunciou ontem que interrompeu totalmente as partidas de balsas com cubanos buscando asilo nos EUA.
"As partidas em massa pararam", afirma declaração publicada na primeira página do "Granma", jornal do Partido Comunista.
Referindo-se ao embargo imposto ao país pelos EUA, o texto faz a ressalva de que "o fator fundamental para o êxodo, o bloqueio econômico, ainda está em ação".
O regime cubano passou a reprimir as partidas de "balseiros" a pedido dos EUA. Em troca, Washington aceitou elevar para 20 mil o número de vistos de imigração concedidos anualmente a cubanos.
A Guarda Costeira dos EUA anunciou ter interceptado apenas uma balsa ontem, com quatro refugiados. Anteontem ela havia recolhido 144 "balseiros". Isso eleva o total de cubanos recolhidos por navios dos EUA para 11.019 em setembro e 37.050 em 1994.
Em Madri, o ex-coronel do Exército cubano Alvaro Prendes, 65, disse que a crise econômica tem causado "mal-estar" entre os militares do país. Prendes, hoje asilado nos EUA, disse que militares descontentes criaram uma União de Soldados e Oficiais.
Também em Madri, o chanceler cubano, Roberto Robaina, reafirmou que o sucessor de Fidel Castro deverá ser seu irmão, Raúl.
Em Santos, Jordán Ernesto del Valle Ramos, 19, disse que pediu à Polícia Federal para voltar a Cuba. Ele chegou ao Brasil em 24 de maio num navio liberiano que o recolhera de uma balsa no golfo do México. Pediu asilo político no consulado dos EUA em São Paulo, mas não conseguiu.

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