São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Repressão assusta ativistas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A repressão ao clero e aos grupos de direitos humanos que criticam o regime haitiano se tornou mais feroz com a proximidade da invasão do país.
O assassinato do padre Jean-Marie Vincent no último dia 28 assustou até mesmo os ativistas haitianos, acostumados com a brutalidade dos militares.
"Se eles podem eliminar Jean-Marie, que é um dos mais respeitados padres do país, eles podem eliminar qualquer um", disse o padre americano Ron Voss, que era amigo de Vincent.
Desde a morte de Vincent pelo menos cinco padres politicamente ativos deixaram o Haiti. Vários grupos de direitos humanos fecharam as portas.
Com os grupos atuando com medo, é difícil obter números sobre a violência policial recente. Pierre Esperance, da Coalizão Nacional para Refugiados Haitianos, acha, no entanto, que ela iguala o recorde de 65 ativistas mortos em um mês, no ano passado.
Grupos internacionais de direitos humanos dizem que mais de 4.000 pessoas foram mortas desde que os militares tomaram o poder em setembro de 1991.
O último jornal favorável a Aristide no país, o "Libete", editado em crioulo, fechou pouco depois que o padre Vincent foi assassinado.

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