São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Ex-premiê organiza oposição a Berlusconi

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ex-premiê da Itália Giuliano Amato anunciou ontem em Roma a criação de um movimento de centro-esquerda para se opor ao governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
"Não podemos ficar reduzidos a uma democracia governada pela mídia –onde tudo é decidido com base no que as pesquisas dizem– e a uma aceitação passiva do líder", disse Amato.
O ex-líder do Partido Socialista afirmou que }muitos italianos estão prontos a se opor à onda de conservadorismo em ascensão no país.
O lançamento do movimento de Amato, que ainda não tem nome, ocorreu no mesmo dia de um encontro entre Berlusconi e o líder do Partido Popular Italiano (PPI), Rocco Buttiglione.
O governo quer atrair o apoio de Buttiglione para conseguir a maioria absoluta no Senado. Berlusconi teme também que o Partido Popular se alie à esquerda.
Após a reunião, o premiê disse que }as portas para o Partido Popular estão abertas. Buttiglione afirmou que apóia }a criação de uma grande força de centro.
O PPI substituiu o Partido Democrata Cristão, extinto por causa de denúncias de corrupção.
Berlusconi é proprietário de um grande grupo empresarial. Seu partido, Força Itália, venceu as eleições gerais em março último com um programa que tinha como principal ponto o fim da corrupção no governo.
Em entrevista ao "The New York Times", o ex-premiê Bettino Craxi sugeriu que as empresas de Silvio Berlusconi pagaram propinas a membros do governo.
Perguntado se o grupo Fininvest, de Berlusconi, havia cometido alguma irregularidade, Craxi respondeu ao jornal americano: "Como todo grande grupo".
O ex-premiê é amigo de Berlusconi e afirma manter contatos com ele. Craxi alega não poder voltar à Itália por problemas de saúde.
Ele comandou o governo entre 1983 e 1987 e fugiu para a Tunísia em maio depois de ser condenado a oito anos e meio de prisão por corrupção.
O juiz Antonio di Pietro, principal nome da Operação Mãos Limpas, contra a corrupção, voltou a defender ontem o encerramento das investigações dos crimes cometidos no passado e aplicação de penas mais severas para novos crimes de corrupção.

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