São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Apoio do CNPq ; Informática ; Mendingos ; Uso da máquina ; Gastos com saúde ; Crítica literária ; 'Filhos de Mengele' ; Troca de moeda

Apoio do CNPq
"A Folha, em sua edição de 13/09, publica reportagem sob o título 'CNPq pede voto para o PSDB do Ceará', em que é reproduzida carta do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –CNPq, professor Lindolpho de Carvalho Dias, apoiando a candidatura a deputado federal dos parlamentares Ariosto Holanda, do PSDB, e Sérgio Machado a senador, nas próximas eleições. Cartas semelhantes foram assinadas pelo presidente do CNPq em apoio às candidaturas do deputado Luiz Salomão (PDT-RJ) e da deputada Irma Passoni (PT-SP). Há um traço comum entre os três deputados, que buscam sua reeleição, vinculados a partidos diferentes e, no plano das eleições majoritárias para presidente da República, opositores: os três parlamentares notabilizaram-se, durante o presente mandato, pela sensibilidade e defesa do desenvolvimento da ciência e tecnologia do Brasil. Independentemente de suas vinculações partidárias, os três sempre estiveram presentes e atuantes na discussão da política e do aperfeiçoamento dos instrumentos do progresso científico e tecnológico. Não se trata, pois, de uso da máquina administrativa para favorecer a eleição de quem disputa cargo do Executivo –notadamente que a expedição da correspondência é feita pelos próprios candidatos, que reproduzem a única carta original–, mas de apoio a parlamentares conscientes da urgente necessidade de se investir em ciência e tecnologia para assegurar ao país um futuro de desenvolvimento e bem-estar socialmente justo."
Oskar Klingl, chefe de gabinete do ministro da Ciência e Tecnologia (Brasília, DF)

Informática
"O encarte publicado ontem é de grande utilidade para os leitores e usuários de informática, pois a abordagem é clara e objetiva. Tenho convicção que será ferramenta importante para o desenvolvimento do mercado."
Mauro Cabral, gerente de Marketing da Saraiva Data (São Paulo, SP)

Mendigos
"Ao ler o artigo 'Prefeitura faz despejo de mendigos no centro', fiquei estarrecido com a atitude da administração regional da Sé. Em vez de tentar resolver o problema desses seres completamente desprotegidos, tenta-se expurgá-los da sociedade da maneira mais sórdida."
Alexandre Estefano (São Paulo, SP)

Uso da máquina
"A reportagem 'Obra do PT serve à campanha de Lula', inserida na edição do dia 8/09 no caderno Supereleição, é uma obra de hiper-realismo. O palanque montado pela Frente Brasil Popular para o comício de Lula em Santos estava em um local aberto, público, que poderia ser utilizado por qualquer partido. Tanto que, na inauguração das primeiras habitações do Projeto Dique, no dia 28/08, estiveram presentes representantes do governo federal e do senador Mário Covas, os deputados Koyu Iha, do PSDB, e Rui Falcão, do PT, entre muitos outros. A Folha não registrou o fato. No dia do comício, 6/09, entretanto, o repórter Gustavo Krieger enxergou uma montagem 'para que Lula tirasse proveito político de uma obra realizada pela prefeitura municipal, administrada pelo PT'. Ora, em qualquer lugar de Santos que se fizesse o comício e o repórter da Folha viesse cobri-lo com a óbvia intenção de relacionar obras e campanhas, como fez Krieger, teria escrito a mesma matéria. Fosse na praia, seriam as comportas dos canais, a água limpa ou a nova sinalização. Fosse nos bairros mais centrais, seriam as policlínicas –e é quase impossível não estar perto de uma delas em Santos."
Carlos Mauri Alexandrino, assessor de imprensa da Prefeitura Municipal de Santos (Santos, SP)

Resposta do jornalista Gustavo Krieger – O uso político da obra não ficou claro apenas na escolha do local para o comício de Lula, ao lado da primeira etapa do projeto de reurbanização da favela do Dique. Em seus discursos, Lula e o prefeito de Santos, David Capistrano (PT), citaram o projeto como um exemplo do tipo de obras que os petistas realizariam no governo federal.

Gastos com saúde
"Tendo em vista reportagem da Folha do dia 12/09, impõem-se algumas correções: ao invés de US$ 24,9 bilhões, o gasto total para a saúde, em 1993, foi de US$ 18,5 bilhões, o que significa US$ 123 por pessoa, por ano. O item 2, após a conversão em URV, em 30/06, o orçamento do Ministério da Saúde diminuiu dos US$ 11,4 bilhões (inicialmente previstos) para US$ 7,5 bilhões."
Eurípedes B. Carvalho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Rio de Janeiro, RJ)

Crítica literária
"Como uma das pessoas que assinou a carta/manifesto em apoio ao poeta, crítico e tradutor Augusto de Campos, em resposta ao artigo do sr. Bruno Tolentino (publicado em 'O Estado de S. Paulo'), assino agora esta carta pessoal de discordância em relação à maneira como Augusto de Campos critica João Moura Junior. O motivo de ambas as cartas é o mesmo: considero que a violência e o coice atrapalham a crítica literária rigorosa, que, no final, é o objetivo de todos aqueles sinceramente interessados na literatura. Augusto de Campos é um de nossos maiores poetas e tradutores; o suplemento de Cultura de 'O Estado de S. Paulo' praticou um jornalismo antidemocrático, empobrecedor e mesmo mesquinho ao deixar de editar o artigo/resposta de Augusto de Campos e a carta/manifesto, mas a ofensa não é justificável pelo que, ou quem, está sendo criticado; ela diz respeito ao crítico. Ou seja, o maior dos poetas ao criticar o pior deles (supondo que estas categorias existissem) erra se o ofende. Erra na medida em que não acrescenta nada à discussão; pelo contrário, torna frágeis argumentos consistentes. Com o enorme apreço que tenho pela obra e pessoa de Augusto de Campos, e, talvez mesmo, por todo o respeito e rigor que aprendi, inclusive com ele, a ter pela sinceridade intelectual, acharia incoerente não escrever esta outra carta."
Beatriz Bracher (Rio de Janeiro, RJ)

'Filhos de Mengele'
"Em reportagem publicada no dia 29/08, a incorretíssima repórter política dessa casa, Cynara Menezes, produziu a identificação de uma verdadeira leiga, ao publicar comentários não condizentes com a banda 'Filhos de Mengele'. Assim sendo, eu, Celso Marques, único dos criadores presente até hoje na banda, devo, lamentavelmente, esclarecer que, se tivesse que homenagear alguém, a banda certamente levaria o meu nome. Quanto ao escolhido, tudo não passou de uma sátira criada em 1985, baseada no fato de estarem à procura de Mengele em São Paulo, associado à existência do livro 'Meninos do Brasil'."
Celso Marques (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Cynara Menezes - A palavra "homenagem" aparece assim, entre aspas, na reportagem citada. Quanto ao nome da banda, se fosse "Celso Marques" provavelmente nunca seria citado em reportagem de minha autoria.

Troca de moeda

"Parece inacreditável, mas é verdade. A manchete da Folha de ontem –'Governo ameaça montadoras'– relembra exatamente o procedimento do governo Collor em 1990; basta dar uma olhada no arquivo do jornal."
Wilson Roberto Vicente (Santo André, SP)

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