São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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77% apóiam o plano de estabilização

DA REDAÇÃO

O Plano Real permanece com seu prestígio inabalado. 77% dos 21.074 entrevistados pelo Datafolha em 657 municípios, entre os dias 13 e 15 de setembro –durante a greve dos metalúrgicos– avaliaram que ele é bom para o país.
A porcentagem dos que consideram o plano ruim foi de 10%. Os indiferentes somaram 11%. O quadro geral de apoio às medidas econômicas implantadas no dia 1º de julho não mudou praticamente nada em relação à última pesquisa do Datafolha, finalizada no dia 9 de setembro. Na ocasião os que a aprovavam eram 76% e os que a reprovavam, 9%.
Naturalmente, os eleitores que pretendem votar no tucano Fernando Henrique Cardoso para presidente são também os que demonstram maior entusiasmo com o Plano Real. 89% deles o consideram bom para o país.
Os seguidores da candidatura de Espiridião Amin (PPR) vêm em seguida, com 78%. O grau de aprovação é alto igualmente entre os que pretendem votar em Orestes Quércia, do PMDB (75%) e Enéas, do Prona (72%). Os adeptos de Brizola e Lula formam o contingente dos que enxergam mais defeitos no Plano Real –16% e 20%, respectivamente, deram avaliação ruim para o plano de estabilização.
Se o plano for considerado pelo partido de preferência dos entrevistados, os resultados se mantém. Os que apóiam o PSDB (92%) e o PFL (90%), aliança que tem como candidato FHC, lideram a aprovação ao Plano Real. Em seguida vem os que gostam mais do PPR (81%). Simpatizantes do PT (61%) também gostam do plano. Apenas 21% deles crêem que ele é ruim para o país.
O maior apoio ao Plano Real vem das regiões Norte e Centro-Oeste, primeiro (81%), e, depois, do Nordeste (79%). A porcentagem dos que acham bom o programa econômico do governo é superior nos municípios do interior do que nas regiões metropolitanas, embora a diferença não seja muito significativa –79% contra 73%.
Os goianos são os que dão a melhor avaliação ao plano de estabilização –85%. Sua posição é acompanhada de perto pelos que moram no Mato Grosso do Sul (81%), Ceará (81%), Paraná (80%) e Minas Gerais (80%). Rio Grande do Sul e de Brasília (13%) são as unidades de federação onde o Real provoca o maior descontentamento –com 13% dos entrevistados avaliando como ruim as medidas antiinflacionárias.
Classificando o apoio pelo porte de municípios, os pequenos (aqueles com até 19.600 eleitores) apresentam o grau mais elevado de aprovação ao Plano Real, com 80%. Os médios municípios (de 19.600 a 160 mil eleitores) vem a seguir, com 76% e, por último, as grandes cidades (mais de 160 mil eleitores), com 74%.
A diferença na avaliação do plano econômico é mínima quando os entrevistados são divididos segundo seu grau de escolaridade ou segundo sua renda familiar mensal. Consideram-no bom 76% dos que têm até o 1º grau, 78% dos que têm 2º grau e 75% dos com curso superior.
78% dos que possuem renda familiar de 5 a 10 salários mínimos e de mais de 10 mínimos julgam favoravelmente o Real. Na faixa dos que contam com até 5 mínimos para viver, o apoio é de 76%.

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