São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Tucanos de SP e CE concorrem

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mantida a tendência de vitória de Fernando Henrique Cardoso no primeiro turno, o PSDB espera eleger entre 65 a 70 deputados federais.
Atualmente, o partido tem 48 deputados. A metade dessa bancada virá de três Estados –São Paulo, Ceará e Minas.
Berço do PSDB, São Paulo vai continuar sendo o ninho principal dos tucanos. O presidente do partido, Pimenta da Veiga, prevê a eleição de 12 a 14 deputados federais paulistas.
O PSDB paulista divide com o do Ceará a concentração de principais estrelas do partido.
São Paulo tem Fernando Henrique, Franco Montoro e Mário Covas. O Ceará tem Ciro Gomes e Tasso Jereissati.
Terceira força do PSDB, Minas ainda guarda distância dos dois outros Estados. São Paulo e Ceará poderão ter governadores tucanos. Mas há diferenças entre ambos.
Apesar do pouco tempo do partido, o PSDB paulista tem mais tradição. FHC, Mário Covas e Franco Montoro formaram o primeiro bloco dissidente do PMDB, que deu origem ao PSDB.
Tasso e Ciro Gomes vieram depois. Os dois também eram do PMDB, mas só aderiram ao PSDB na campanha presidencial de Mário Covas, em 1989. Antes da adesão, Tasso acenou com apoio a Fernando Collor (PRN).
Há outras diferenças entre o PSDB de um e de outro Estado. Para os tucanos de São Paulo, o braço paulista do partido é mais sólido politicamente; o cearense tem mais marketing e menos conteúdo político.
A convivência nem sempre é pacífica nos dois principais ninhos dos tucanos. Há focos de atritos entre o deputado paulista José Serra e o ministro da Fazenda, o cearense Ciro Gomes. As divergências têm consequências em disputas internas do partido.
Na escolha do último líder do PSDB na Câmara dos Deputados, os tucanos cearenses tentaram viabilizar a candidatura do deputado Sérgio Machado (PSDB-CE).
Os cearenses responsabilizam Serra, que era líder da bancada, por uma manobra de última hora que inviabilizou a candidatura de Machado e deu a vitória a Arthur da Távola (PSDB-RJ).

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