São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Folha realiza cobertura mais crítica ;Percentuais; Subjetividade

DA REDAÇÃO

Folha realiza cobertura mais crítica
Levantamento do Datafolha mostra que jornal deu mais material negativo sobre os presidenciáveis em agosto
A Folha foi mais crítica porque publicou o maior volume total de informações consideradas negativas para os candidatos e dedicou mais espaço editorial (foto, arte ou texto) negativo do que positivo em relação a cada candidato.
A Folha deu o maior espaço entre todos os jornais à sucessão presidencial em agosto. Das 122,8 páginas sobre o tema, 28,3 páginas foram de informações negativas.
O "Jornal do Brasil" aparece em segundo lugar no volume total de noticiário presidencial, com 87,8 páginas. Mas só 13,8 páginas foram de material negativo (3º lugar).
Em terceiro lugar no total de espaço sobre a corrida presidencial aparece "O Estado de S.Paulo", com 72,5 páginas –das quais, 17,8 páginas foram de informações negativas (2º lugar).
"O Globo" teve a menor e menos crítica cobertura entre os quatro jornais pesquisados. Dedicou 66,6 páginas ao assunto, com apenas 13 páginas de material negativo.
Percentuais
Em termos relativos, a cobertura da Folha teve 23,1% de notícias negativas –um pouco menos que "O Estado de S. Paulo", que publicou 24,6% de informações negativas, e mais do que "O Globo" (19,7%) e o "JB" (15,7%).
Entretanto, "O Estado de S. Paulo" foi o jornal que fez a maior cobertura positiva, em volume total –13,4 páginas– e em termos relativos: 18,3%.
A Folha fica em segundo lugar neste critério, com um total de 11,7 páginas, o que significa 9,5% de noticiário positivo em relação ao total da cobertura da sucessão.
A seguir vêm "JB", com 6,5 páginas (7,5%), e "O Globo", com 6,2 páginas (9,3%).
A análise da cobertura das campanhas de cada candidato mostra que só a Folha e o "JB" publicaram, em agosto, mais informações negativas do que positivas em relação a todos os presidenciáveis.
"O Globo" dedicou praticamente o mesmo espaço a notícias negativas (15,7%) e positivas (15,6%) para Fernando Henrique. Todos os outros candidatos receberam mais espaço negativo do que positivo no jornal carioca.
Já "O Estado de S.Paulo" publicou mais informações positivas do que negativas em relação a Fernando Henrique (26% contra 19,7%), Leonel Brizola (19,2% contra 15,3%) e Esperidião Amin (16,8% contra 11,2%). Os demais tiveram mais notícias negativas do que positivas.
Subjetividade
Os critérios para classificação do noticiário tentaram seguir normas objetivas, como denúncias no caso de informações negativas ou declarações de apoio no caso das positivas. Entretanto, como não poderia deixar de ser, há uma dose de subjetividade implícita.
No total de informações (positivas, negativas e neutras) publicadas sobre cada candidato, a distribuição do noticiário seguiu, praticamente, o ranking das pesquisas de opinião. Pelo Datafolha, FHC tem 45% e Lula, 21%.
FHC foi o candidato que teve mais espaço em todos os jornais: 45,9% em "O Estado de S. Paulo", 44,9% em "O Globo", 43,8% na Folha e 40,5% no "JB". Lula vem em seguida, com 37,5% do noticiário presidencial de "O Globo", 31,5% na Folha, 30,3% no "JB" e 30% em "O Estado de S. Paulo".
Na sequência aparecem, pela ordem, Quércia, Brizola, Amin, Enéas e o almirante Fortuna. Os ex-candidatos Flávio Rocha, Walter Queiroz e Caetano Matanó também são citados porque ainda estavam na disputa em agosto.

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