São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994 |
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Última cama de casal é 'sacrificada'
AURELIANO BIANCARELLI
"Os homens subiam a escada a pé só por causa desta cama", conta Sabrina, 22. Muitos aguardavam na sala pacientemente. A cama foi sacrificada pela crise. "Tia" Olga dividiu o quarto em dois e instalou ali duas camas de solteiro, o que em dias de grande procura significa mais clientes. Como em todos os apartamentos, os programas agora são limitados a caminhas apertadas. As mulheres dizem que os tempos de crise e de Aids mudaram muito o "amor". "As moças se apresentavam com lingeries finas. Os homens vinham de paletó e gravata", conta Maria das Dores, hoje com 73 anos. Maria trabalhou em muitos pontos antes de se instalar no "69" da rua dos Andradas, em 57. "Nessa época, cabeleireiro e manicure visitavam o prédio todos os dias." Fátima, 39, tem saudades do período em que começou, 22 anos atrás. "Hoje não há mais jantar à luz de vela e dança de rosto colado com o cliente. Até mesmo o chopinho antes da transa acabou."(AB) Texto Anterior: Últimos bordéis verticais resistem no centro Próximo Texto: Estudante excita cliente em inglês Índice |
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