São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Lote 'popular' tem prestação desde R$ 50

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Até pela metade do preço de um carro "popular", pode-se comprar um pequeno terreno na Grande São Paulo ou no interior. No caso da aquisição do lote, ainda há a vantagem do pagamento ser financiado em até dez anos.
Através dos chamados loteamentos "populares", a antiga idéia de começar concretizando o sonho da casa própria pela compra de um terreno é acessível mesmo às pessoas de renda mais baixa.
Quem juntou em torno de R$ 500 –para dar com entrada– e pode dispor de uma quantia a partir de R$ 50 por mês, consegue fechar negócio, mesmo sem comprovação de renda.
Os loteamentos "populares" geralmente são lançados nas regiões menos valorizadas de munícipios da Grande São Paulo ou de cidades do interior, como Sorocaba e Botucatu (veja ofertas de lotes na pág. 10-2).
Esses lotes normalmente têm área de 125 m2 –metragem mínima estipulada pela legislação. No preço, os empreendedores já incluem algumas obras de infra-estrutura básica, como energia elétrica, redes de água e esgoto.
Pelo perfil sócio-econômico dos compradores desses terrenos, a infra-estrutura do local não tende a se ampliar muito.
Nesse tipo de loteamento, é comum, por exemplo, o local continuar sem asfalto mesmo depois de a maioria das casas terem sido construídas.
Sérgio Guimarães Pereira Júnior, 31, loteador que trabalha com esse tipo de empreendimento, afirma que "as pessoas que adquirem lotes populares têm pressa em construir, já que não suportam mais pagar aluguel, por exemplo".
Pereira Júnior é vice-presidente da Aelo (Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano do Estado de São Paulo).
A maioria das pessoas adquirem esse tipo de terreno pela urgência de moradia e não como forma de investimento. Por esse motivo, grande parte das casas são construídas pelo próprio comprador ou seus amigos e parentes.
A predominância da autoconstrução já indica o padrão irregular e bastante modesto dos imóveis que são feitos nos terrenos.
Caio Portugal, 22, da empresa de loteamentos GP & Associados, define o perfil do comprador de lotes "populares": "Basicamente são pequenos comerciantes, operários da indústria e até uma parcela da classe média que perdeu poder aquisitivo nos últimos anos".
LEIA MAIS
sobre loteamentos na pág. 10-2

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