São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 1994
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Parentes lotam IML

DA SUCURSAL DO RIO

O Instituto Médico Legal de Nova Iguaçu teve que pedir reforço de pessoal para identificar os 21 mortos no acidente de anteontem com o ônibus que transportava evangélicos.
Parentes, pastores e agentes funerários lotaram as dependências do órgão.
Eunice Moreira de Melo, 42, disse que soube do acidente durante um dos intervalos do capítulo de sábado da novela "Pátria Minha", da Rede Globo. Uma vizinha veio avisá-la.
"Lembrei que meu irmão, minha cunhada e duas sobrinhas tinham ido para o culto em Paracambi. Saí de casa com a esperança de que estivessem entre os feridos", disse.
Ao chegar ao IML, Eunice soube que seu irmão, Sidney Moreira de Melo, a cunhada Maria Lúcia de Moura e as sobrinhas, Luciane e Cristiane, estavam mortos.
Segundo Eunice, o casal cantava no coral da igreja e as meninas integravam o grupo jovem. Casado havia 23 anos, Sidney era evangélico desde 1960.
O único sobrevivente da família foi o outro filho do casal, Josoé Soares de Melo, 19, que também é evangélico mas não pôde ir ao culto por estar de serviço num quartel da Aeronáutica.
Isaías Reis Teixeira, 34, também evangélico, não estava no ônibus, mas perdeu dois sobrinhos –Patrícia, 17, e Cristiano 20. Seu irmão, Pedro Reis Teixeira, conseguiu escapar com fratura no pé.
O ferroviário Isaías da Silva Lemos, 33, que perdeu a mãe e dois irmãos, disse que está afastado da igreja há 17 anos mas voltará por causa do acidente. "Eles estão melhor que nós agora", disse.
Os pastores da Assembléia de Deus evitavam os jornalistas. "Entendemos isso como a vontade de Deus", disse um dos pastores sobre o acidente.

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