São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 1994 |
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Dicas para franquia internacional
MARCELO CHERTO; MARCUS RIZZO MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZOComo consultores especializados na prestação de serviços a franqueadores e a master-franqueados de empresas internacionais, temos a oportunidade de conhecer algumas das mais charmosas empresas do mundo. Pudemos sacar que nem todas sabem muito a respeito do mercado brasileiro e do que pode, ou não, funcionar por aqui. Para sermos francos, muitos franqueadores internacionais não sabem nem onde fica o Brasil, ou que língua se fala neste patropi. E vários deles nem por isso teriam escrúpulos em conceder uma master-franquia para um empresário daqui. Desde que, é claro, o incauto esteja disposto a lhes pagar uma bela grana por isso. A atitude de alguns desses franqueadores nos lembra o capataz da fazenda de um amigo nosso, que sempre deixa o melhor cavalo da criação num cercadinho junto da estrada, por onde passam muitos carros. Volta e meia pára alguém e pergunta se o animal está à venda e o matuto responde: "'A venda num tá... mas nóis aqui num guenta vê dinheiro". É, leitor, nem sempre uma franquia é boa apenas porque é estrangeira. Assim, recomendamos a máxima cautela a todo aquele que pretenda se vincular a qualquer franqueador internacional. É muito importante visitar as instalações da empresa. E também alguns seus master-franqueados em outros países. De preferência, países que sejam cultural e economicamente semelhantes ao Brasil. Uma vez nesses locais, é preciso saber fazer as perguntas corretas. A idéia é verificar se o franqueador está bem estruturado, sabe do que está falando e se realmente cumpre o que promete. É muito importante procurar saber que tipo de apoio o franqueador tem dado a seus franqueados além-fronteira e se será capaz de estender esse apoio também a um parceiro no Brasil. É vital estudar cuidadosamente os números apresentados e verificar se os mesmos são compatíveis com a realidade brasileira. Acontece, às vezes, do franqueador lá de fora simplesmente "chutar" taxas incompatíveis com as receitas que o negócio poderá proporcionar a seu "parceiro" brasileiro. Investigue muito antes de investir seu dinheiro, tempo e esforço. Não vá na conversa de atravessadores, ou agenciadores de negócios. Faça suas próprias pesquisas. E somente se ligue a um franqueador que lhe ofereça algo "de valor", em troca de seu dinheiro e dedicação. Afinal, "franchising" (inclusive internacional) é como casamento: só vale a pena se for com o parceiro certo. MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZO são diretores da Cherto & Rizzo Franchising e do Instituto Franchising, professores da FGV e da Franchising University e autores de vários livros sobre o tema. Texto Anterior: Não vale a pena provocar o caos para depois reconstruir Próximo Texto: Os caminhos da pesquisa Índice |
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