São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 1994
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Cine pornô se expande com franquias

EDUARDO SIMANTOB
DA REDAÇÃO

Com a inauguração do Circuito X em julho, o mercado de fitas pornográficas adquiriu um caráter empresarial inédito no Brasil e investe na sua disseminação em todo o país através do franchising, reabrindo dezenas de cinemas falidos.
Localizado no prédio do antigo Cine Texas, na rua Roberto Simonsen (região central de São Paulo), o Circuito X instalou um telão de alta definição para exibir vídeos norte-americanos de produção recente, com as maiores estrelas do pornô da atualidade.
A nova sala conta ainda com um sistema de catraca eletrônica e dois seguranças para evitar o assédio sexual, bastante comum nos cinemas do gênero.
Com uma média de 250 espectadores por dia, o Circuito X começa a espalhar sua marca pelo Brasil. Nas próximas semanas, inaugura o sistema em duas salas em Manaus e outras duas em São Paulo –os cines Teatro Duque (na av. Duque de Caxias) e Teatro Santana (na r. do Boticário).
Gilberto da Silva, 43, e seu sócio, Antônio Passos, 39, idealizadores do sistema, pretendem disseminá-lo em todo o país através de franquias.
Os dois sócios são detentores dos direitos de exibição de mais de 2.700 títulos de 13 distribuidores dos EUA e de comercialização do equipamento no Brasil.
Segundo Silva, o sistema do Circuito X permite uma redução substancial dos custos operacionais e de manutenção.
Um cinema normal gasta em média cerca de R$ 500,00 por mês em eletricidade. O sistema de telão Cinemapro, importado dos EUA, consome o mesmo que um aparelho de videocassete. "Minha despesa com eletricidade é de R$ 26,00 por mês", diz Silva.
Segundo Silva, a qualidade das fitas, segurança e higiene do local –fatores primordiais para a concessão de franquia– garantem um público cativo.
Executivos da região e mulheres desacompanhadas engrossam o público do Circuito X, fato inédito neste circuito.
Franquia
Quem quiser adquirir uma franquia do Circuito X deve ter uma sala de exibição. A taxa de adesão e instalação do equipamento sai por R$ 10 mil.
A instalação da catraca eletrônica, desenvolvida pela Dimep especialmente para o Circuito X, é opcional. Ela garante os números exatos de público e faturamento.
A programação fica a cargo de Silva e Passos, que cobram do franqueado 35% do faturamento mensal, depois dos impostos.
Silva diz que a investida no mercado pornô é o início de um plano mais ambicioso, que inclui a distribuição de fitas comerciais e de arte no interior do país.

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