São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 1994 |
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Patrimônio 'invisível' vale fortunas
NELSON BLECHER
A Buitoni, do setor de alimentos, que amargava má situação financeira e problemas mercadológicos, foi adquirida pelo financista italiano Carlo De Benedetti em 1985. Apenas três anos depois, a Buitoni foi revendida à Nestlé por cifra 35 vezes superior aos seus resultados. O pulo de gato de De Benedetti foi ter comprado a Buitoni segundo critérios contábeis tradicionais, mas vislumbrado o potencial de marketing possível de ser desenvolvido na tradicional fábrica de massas e conservas. "Durante décadas, avaliou-se o valor de uma empresa pelo seu patrimônio de móveis, terrenos, fábricas e máquinas", afirma o especialista Jean-No‰l Kapferer, autor de "As Marcas, Capital das Empresas". "Reconhece-se finalmente que o verdadeiro valor residia no exterior". A mesma Nestlé incorporou a Rowntree por valor 26 vezes superior ao faturamento da companhia inglesa. "Os balanços das empresas só continham no ativo imobilizações materiais, máquinas e estoques; nenhum vestígio das marcas, pelas quais os compradores desembolsavam somas muito superiores ao valor do ativo líquido", acrescenta Kapferer. Para o executivo paulista José Roberto Martins, no mercado brasileiro a marca ainda é tratada como algo "invisível" pelas empresas e sistemas contábeis tradicionais. O bônus de marca, por ele proposto, não visa valorizar a venda de empresas em dificuldades, a exemplo dos casos europeus descritos por Kapferer –mas principalmente dar suporte à operação de saneamento. "Graças a esse título também poderá ser evitado que empresas parem no tempo por falta de capital necessário ao seu desenvolvimento tecnológico e expansão", afirma. Texto Anterior: Bônus de marca vão captar recursos para as empresas Próximo Texto: Cine pornô se expande com franquias Índice |
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