São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 1994
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Esquemas superofensivos falham

DA REPORTAGEM LOCAL

Os esquemas superofensivos implantados pelos técnicos de Corinthians, São Paulo e Palmeiras nas partidas deste final de semana não deram certo.
Para corintianos e palmeirenses o motivo foi semelhante: com apenas um volante os times ficaram vulneráveis na marcação de meio-campo.
"Em alguns lances fiquei sobrecarregado na cobertura dos laterais", disse o volante Zé Elias, do Corinthians, já no intervalo da partida contra o Sport, em Recife.
No começo do 2º tempo, para piorar a situação, o meio-campo Marco Antônio Boiadeiro –que tinha a incumbência de atuar como segundo volante– foi expulso. "Por várias vezes, ao fazer a cobertura na lateral, recebia um lançamento nas costas e não tinha tempo para reação", afirmou o zagueiro Henrique.
Pelo mesmo sacrifício, passou o palmeirense César Sampaio diante do Náutico, no Parque Antarctica. "Apresentamos falhas que não poderão ser repetidas", disse o jogador.
No jogo de anteontem, notou-se com bastante frequência a divisão da equipe em dois blocos, quando o time perdia a posse de bola no ataque. Apenas César Sampaio e os quatro zagueiros retornavam para a marcação.
"Gostei desta nova função, apesar de encontrar algumas dificuldades", afirmou Edmundo, que abandonou a marcação ainda no 1º tempo.
Além de perder na marcação, o apoio constante dos laterais ficou reduzido a esporádicos avanços.
Nas duas partidas, os técnicos foram obrigados a retornar aos sistemas convencionais. No Palmeiras, Luxemburgo colocou Amaral e retirou Paulo Isidoro.
Resultado: mesmo com dez jogadores (o zagueiro Tonhão saiu machucado, após a equipe ter feito as duas alterações), o time conseguiu marcar mais dois gols em contra-ataques. "O Palmeiras venceu contrariando a filosofia ofensiva de Luxemburgo", disse o técnico Mário Juliato, do goleado Náutico.
Com apenas um volante, o Palmeiras ficou vulnerável na marcação e proporcionou campo para os avanços do Náutico.
Mas com a fragilidade técnica do time nordestino, os palmeirenses recuperavam a bola em seu campo e partiam para os contra-ataques.
Tática que lhe valeu a marcação dos quatro gols, mas foi contrária à tese do técnico Luxemburgo.
No Corinthians, Pereira colocou Casagrande em lugar de Marques. Sem sucesso.
Tanto Pereira como Luxemburgo não admitiram que os esquemas foram inadequados.
"Não tem o porquê de se procurar com erros no time. O Sport jogou melhor", desconversou Pereira.
Já Luxemburgo, amparado pelo resultado amplamente favorável (4 a 1), era só elogios aos seus comandados.
"Os atacantes tiveram um atuação quase perfeita na marcação", despistou. No São Paulo, o problema do técnico Telê Santana, com a utilização de três atacantes (Euller, Caio e Aílton), foi o baixo rendimento técnico dos jogadores.
"Não há esquema que suporte tantos erros de passes", irritou-se o técnico são-paulino.
"Assim perderemos para qualquer adversário", completou.

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