São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 1994
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Bernardinho aposta com 4 no ataque para Mundial

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Uma inovação tática introduzida este ano será uma das maiores preocupações do técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho, nos treinos da seleção brasileira feminina de vôlei até o Campeonato Mundial.
Ele quer aprimorar o ataque, agora com quatro jogadoras. A maioria das seleções femininas joga com três atacantes.
"É próprio da cultura brasileira inovar ao atacar", disse Bernardinho à Folha.
A equipe recomeçou a treinar ontem à tarde no Rio de Janeiro. A estréia no Mundial será no dia 21 de outubro, contra a Romênia. O torneio será disputado em São Paulo e Belo Horizonte.
O Brasil venceu no início do mês o Grand Prix, na China, uma das três principais competições do vôlei feminino –as outras são o Campeonato Mundial e a Olimpíada.
Com a virada tática, Bernardinho acredita que sua equipe será a única com quatro atacantes no Mundial.
As outras terão três. "O Japão poderá atacar com uma jogadora a mais, mas só eventualmente."
Com a mudança, o Brasil ganha força no ataque e se enfraquece na cobertura, na opinião do treinador.
Se há três atacantes na linha próxima à rede (quando a levantadora está atrás), a quarta atacante vem do fundo.
Se há duas atacantes na linha da rede (no caso de a levantadora estar ali), duas atacantes vêm de trás.
"É esse mecanismo que temos de melhorar, porque ainda é algo novo para nós", disse Bernardinho.
Para ele, as jogadoras mais eficientes ao atacar quando vêm de trás são Ana Mozer e Hilma. O técnico considera as duas em condições de integrar uma hipotética seleção mundial.
Entre as titulares, são as que pulam mais alto. Hilma atinge 3,12 m ao atacar e 2,84 m ao bloquear. Ana Mozer, 3,09 m no ataque e 2,90 m no bloqueio.
O conteúdo da mudança é o mesmo da implementada pelo técnico José Roberto Guimarães na seleção brasileira masculina.
Ele acabou com funções fixas dos jogadores. Carlão, por exemplo, atacava só quase pelo meio da rede. Agora, ataca em outras posições.
As jogadoras da seleção farão três amistosos contra o Peru antes do Mundial.
Quase todos os dias haverá treinos de manhã, à tarde e à noite. Além dos táticos e técnicos, elas farão musculação, corrida, relaxamento muscular e outros exercícios.

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