São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 1994
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Criador era bufão da moda

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

Franco Moschino sempre gostou de incarnar o papel de bufão do mundo fashion. Foi ele o responsável por propagar um estilo cujo aspecto fundamental era prazer e diversão.
As roupas de Moschino são, antes de tudo, peças de rara originalidade. Ao contrário do classicismo de seus colegas, o excêntrico estilista sempre gostou de ir contra a corrente da moda industrializada.
Habilidoso com palavras, Moschino logo se tornou conhecido por brincar com elas criando mensagens ora políticas, ora irônicas, que transmitia através de suas roupas. Trabalhou e divulgou mensagens de paz, usando imagens clássicas como a pomba e o símbolo de "Paz e Amor" e provocou com interrogações.
Sua influência vinha do surrealismo de Salvador Dali e René Magritte. Duas de suas criações mais populares são um blazer adornados por talheres de ouro e uma coleção baseada em um jogo de baralho. Suas campanhas publicitárias também ganharam um tom surrealista. Numa delas, colocou sua modelo preferida, Violeta Sanchez com um avião na cabeça.
O estilista foi a espécie de porta-voz dos anos 80. Levantou todas as preocupações de estilo que afligiam a moda, como preço, idividualidade e o uso da cor.
Ao mesmo tempo, popularizou mensagens como "Pare a Indústria da Moda", "Desperdício de Dinheiro" e "Mais é Mais" e comercializou o estilo "cheap and chic" (barato e chique), que se transformou na sua segunda marca, mais barata.

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