São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Pé-de-moleque tem produto tóxico

DA REPORTAGEM LOCAL

Técnicos do Instituto Adolfo Lutz informaram ontem que em pelo menos seis produtos a proibição da comercialização pela prefeitura pode ter sido precipitada.
Apenas o pé-de-moleque crocante Zapa pode ser considerado um caso "preocupante". O produto apresentou 415,9 partes por bilhão de aflatoxinas. A lei permite 30 partes por bilhão.
Segundo a técnica Mirna Sabino, do Adolfo Lutz, já está provado que aflatoxina (produto tóxico gerado pelo mofo) provoca câncer em animais. No homem, ainda não há comprovação. O dióxido de enxofre encontrado no leite de coco Otker também pode dar alergias.
Já a carne salgada suína e a carne seca Coringa foram proibidas por conter mesófilas e leveduras acima do limite. O paio defumado Coringa apresentou leveduras acima do limite, segundo exames.
Para a chefe de microbiologia de alimentos do Lutz, Dilma Gelli, isto demonstra que os alimentos têm más condições de higiene, mas não causam mal à saúde.
Além disso, a portaria 0187, de 1987, da Divisão Nacional de Alimento, acaba com o limite para mesófilas e leveduras em alimentos. "A prefeitura se baseia em uma legislação de 78 que o país não usa mais", disse Dilma.
O diretor da Vigilância, Luiz Colombo, disse que se baseia na legislação de 78 porque trata-se de um decreto. A de 87 é portaria.
A farinha de trigo Tosca foi proibida por conter 85 fragmentos de insetos em 50 gramas de amostra, quando a lei permite 75.
"Dez fragmentos a mais pode apenas dar alergia em pessoas mais sensíveis", disse a técnica Claídes de Quadros Zamboni.
No sal refinado Ita, a presença de grãos de areia, partículas metálicas e material terroso demonstraria más condições higiênicas.

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