São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 1994 |
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Globo exibe 'Gêmeos' hoje
BIA ABRAMO
É como se, estimulado pelo alto grau de elegância e apuro estético a que chegou em "'Gêmeos", Cronenberg se permitisse abandonar o melhor de seu cinema e partisse para as metáforas mais cerebralizadas. Perdendo assim, a grande força de filmes como "A Mosca" e "Videodrome": a degenerescência moral inscrita no corpo, a sexualidade perversa induzindo a metamorfose monstruosa. Numa época em que o culto ao corpo é quase uma religião e o sexo, uma atividade atlética e higiênica, Cronenberg fez do organismo uma fonte de horror indizível e tingiu a sexualidade novamente de mistério. Se em "Gêmeos" o diretor canadense prescindiu de sangue e vísceras para revelar o terrível, nos filmes seguintes o horror deu lugar ao maneirismo. Texto Anterior: 'M. Butterfly' encena metamorfose da alma Próximo Texto: Novo 'Marcelino' exalta espiritualidade Índice |
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