São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
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Dicionário Folha/Aurélio tem 70 mil verbetes

DA REPORTAGEM LOCAL

No próximo dia 10 de outubro, os leitores da Folha poderão começar a colecionar o "Novo Dicionário Básico da Língua Portugues Folha / Aurélio", uma edição em 19 fascículos do mais conhecido dicionário brasileiro.
O dicionário será impresso em papel-bíblia de 47 gramas, de alta opacidade. A obra completa contém mais de 70 mil verbetes. Serão duas edições, uma publicada às segundas, outra às quartas-feiras.
A edição de segunda acompanhará os exemplares entregues aos assinantes e aqueles vendidos nas bancas. Nas quartas, somente os jornais vendidos em banca incluirão os fascículos do dicionário. Nestes dois dias, o jornal custará R$ 1,00.
A edição de segunda termina de ser publicada no dia 13 de fevereiro; a das quartas, no dia 15.
A tiragem das edições de segunda-feira deverá passar dos atuais 530 mil exemplares para 1 milhão. Nas quartas, a tiragem deverá chegar a 700 mil exemplares.
11 Milhões
O "Aurélio", um dos mais tradicionais e sem dúvida o mais conhecido dicionário brasileiro, já vendeu cerca de 11 milhões de cópias em seus 19 anos de existência.
Seu criador, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1910 - 1989), costumava dizer que já aos 12 pensava em preparar um dicionário.
Em 1940, ele entrou para a equipe que preparava o "Pequeno Dicionário da Língua Portugues", convidado por Manuel Bandeira.
Nos anos 60, tentou fazer um dicionário em cinco volumes, mas não teve sorte. Não houve interesse por parte das editoras, e Aurélio passou a pensar em um dicionário em um único volume.
O sucesso da obra foi imediato. O livro, em suas várias versões, tornou-se um best-seller, um dos maiores da história do mercado editorial brasileiro.
A equipe que preparou e prepara a obra, que continua a ser reeditada, agora sob a coordenação da viúva do dicionarista, Marina Baird Ferreira, chegou a ter 20 pessoas.
Repercussão
O educador Paulo Freire considerou que a publicação do dicionário "é uma contribuição pedagógica extraordinária".
O escritor, colunista da Folha e membro da Academia Brasileira de Letras, Antonio Callado, acha que "nossa língua anda muito esquecida, como uma Gata Borralheira", e que "o Aurélio é sem dúvida o melhor dicionário do país".
Fernando Morais, que se declara um "viciado em dicionários", acha que ele "deveria ser tão importante para a vida das pessoas quanto emprego e comida".
Assim como será feito em relação aos fascículos das duas edições do atlas Folha, os leitores que colecionarem o dicionário receberão todas as informações necessárias para a encadernação do volume.
No dia 10 de outubro, o jornal circulará com a capa dura, o índice, a Nomenclatura Gramatical Brasileira, a lista de abreviaturas, siglas e sinais e verbetes da letra A do dicionário.
A primeira edição termina de ser publicada no dia 13 de fevereiro de 1995. Veja arte nesta página, indicando as datas dos fascículos da edição de segunda.
A última palavra do livro é "zwingliano", com duas acepções: o adjetivo "relativo ao, ou que é sectário do zwinglianismo" (doutrina religiosa do suíço Ulrich Zwinglio, pregador contemporâneo de Mertim Lutero) e o substantivo masculino.

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