São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Covas já escolhe os seus secretários

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a possibilidade de eleger Mário Covas (PSDB) governador do Estado no primeiro turno, os tucanos começam a discutir a composição do secretariado do futuro governo de São Paulo.
Já há um consenso entre os peesedebistas. A maioria dos futuros secretários sairá da equipe que elabora o programa de governo covista, do secretariado da gestão Covas na Prefeitura de São Paulo (83 a 85) e dos partidos coligados.
Entre os colaboradores do programa de governo aparecem, por exemplo, o advogado Antonio Angarita e a atual secretária da Saúde da Prefeitura de Campinas, Carmem Lauras (veja quadro nesta página).
Antonio Arnaldo de Queiroz e Silva, ex-secretário de Vias Públicas da Prefeitura de São Paulo, é um dos integrantes da administração municipal de Covas a compor o primeiro escalão do governo tucano.
Outra parte do secretariado poderá ser completada por integrantes do PFL, coligado à chapa tucana, e do PTB, partido que apóia informalmente o PSDB.
O presidente estadual do PFL e ex-ministro da Agricultura do governo Collor, Antonio Cabrera, é um dos mais cogitados para assumir a Secretaria da Agricultura.
Ainda com o "fantasma" da derrota de Covas na sucessão estadual de 90 (leia texto nesta página) e preocupados com a força política do PMDB no interior, os tucanos evitam comentar o assunto.
O prefeito de Campinas, o tucano José Roberto Magalhães Teixeira, diz, por exemplo, que "é natural que alguns nomes sejam cogitados, mas não seria racional divulgá-los antes da eleição".
Um dos principais assessores de Covas, Fernando Pacheco Jordão, segue a mesma linha do prefeito de Campinas: "Tudo o que se disser por enquanto não passa de especulação".
Otimismo
Os tucanos apontam na eventual eleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para a Presidência da República como uma das dificuldades na composição do secretariado de Mário Covas.
É que vários dos nomes cogitados para o secretariado de Covas também aparecem como ministeriáveis ou colaboradores do governo Fernando Henrique.
Nessa hipótese surgem nomes como o advogado Miguel Reale Júnior, o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira e o presidente da comissão de privatização do governo Itamar Franco, André Franco Montoro Filho.
Vantagem
O otimismo dos tucanos quanto à vitória no primeiro turno foi ampliado com as últimas pesquisas de opinião.
O último levantamento do Datafolha divulgado ontem aponta para a possível vitória tucana ainda na primeira fase da eleição.
Covas aparece com 47% das intenções de voto, com uma vantagem de nove pontos percentuais sobre a soma do índices obtidos pelos demais candidatos, 38%.
Os números apontam para a vitória já no primeiro turno porque a Constituição determina que um candidato precisa obter metade mais um do total de votos dados a todas as candidaturas.
O segundo colocado, Francisco Rossi (PDT), tem 13%, seguido por Barros Munhoz (PMDB), 12%, e José Dirceu (PT) com 10%.

Texto Anterior: Pesquisa capta votos dispersos
Próximo Texto: OS POSSÍVEIS SECRETÁRIOS DE COVAS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.