São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Qualidade é premissa e não objetivo da empresa

DA REPORTAGEM LOCAL

"Qualidade é premissa e não objetivo de uma empresa. Qualidade é função do mercado. Quem não tiver qualidade não vai sobreviver no futuro".
Esse diagnóstico sobre qualidade industrial foi feito pelo gerente da área de Engenharia e Meios de Produção da Mercedes-Benz, Luiz Tavares de Carvalho, em palestra realizada na Folha. Ele falou sobre "Competitividade em unidades produtivas: desafios e ações" para a série "A busca da qualidade total".
Carvalho diz que hoje "é preciso pensar a empresa de forma global". A qualidade de uma empresa já começa em um simples telefonema ou no atendimento na portaria, exemplifica.
O consumidor de hoje está sempre à espera da "última moda", diz o gerente da Mercedes. Em outras palavras, ele quer produtos personalizados. Para atender a exigência desse consumidor a empresa só tem uma saída: qualidade.
Para isso, a empresa precisa estar atenta ao mercado, procurando saber quais as exigências e expectativas. O objetivo final é um só –o consumidor.
Esse consumidor está em busca de um produto cada vez melhor e mais barato. Assim, segundo Carvalho, o objetivo básico da empresa deve ser satisfazer o usuário mediante o atendimento de suas exigências e expectativas.
Para fazer um produto cada dia melhor e mais barato a empresa precisa apurar seu controle de qualidade. Isso requer gerenciamento adequado, emprego de métodos quantitativos e recursos humanos para melhoria da produção.
Somente com qualidade é que se consegue assegurar a satisfação do cliente hoje e no futuro. Segundo Carvalho, o cliente não reclama do preço, mas sim quando compra um produto sem qualidade.
No atual contexto econômico –quer a nível nacional ou mundial– a empresa precisa ser competitiva. Para Carvalho, competitividade "é a capacidade de uma empresa adquirir vantagens competitivas em produtos e serviços, em harmonia com o governo, a sociedade e os sindicatos".
Essa integração harmoniosa envolve o homem, governo e sindicatos. "O empregado é o maior patrimônio de uma empresa. Ele trabalha para sentir satisfação no que faz e não deve ser escravo da tecnologia", afirma Carvalho.
O governo, diz o gerente da Mercedes, representa papel fundamental para o liberalismo econômico dos dias atuais. Assim, o ideal é que ocorra uma convivência (empresa-governo) saudável em favor de todos.
Os sindicatos vivem momentos difíceis, pressionados pelas novas técnicas, diz Carvalho. "Sindicato é uma instituição importante. É preciso conviver com eles. Mas as empresas e os sindicatos ainda precisam evoluir muito no Brasil".

Texto Anterior: CENTRALIZAÇÃO
Próximo Texto: Ciclo terá sequência
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.