São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994 |
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Comércio tem dificuldade em repor seus estoques
MARISTELA MAFEI; FÁTIMA FERNANDES
Parte das confecções que abastece os hipermercados só está tirando pedidos para entrega em janeiro de 95. Até mesmo as indústrias de material de escritório, escolar e de suprimento para a área de informática estão com dificuldades para atender aos pedidos. "Houve aumento de 55% no consumo do setor; estamos com nossas quatro fábricas a pleno vapor e abrimos contratação para mais um turno de trabalho", diz Hélio Saatchi, diretor-superientendente da Helios. A indústria de televisores também não consegue atender às encomendas dos lojistas. Em agosto, as fábricas venderam 85% mais do que em igual período de 93. "A dificuldade de encontrar cinescópio –principal componente de uma TV– é mundial. Por isso não dá para produzir mais tão rapidamente", diz Lourival Kiçula, diretor da Sanyo da Amazônia. No setor de alimentos, e no de higiene e limpeza, é bastante perceptível que a "arrancada do consumo" ocorreu nos segmentos de menor poder aquisitivo. Eggon João da Silva, presidente da Perdigão, afirma que a empresa registra incremento maior na linha de salsichas a granel. Sérgio Wietrich, diretor da Ceval Alimentos, constata aquecimento de 28% no consumo de linguiça desde julho. "Na linha de presuntos e salames o aquecimento foi menor", afirma. Ana Silvia Stabel, gerente de grupo de produtos da Reckittco & Colman, fabricante das ceras Parquetina, do tira-manchas Resolv e do multiuso Veja, reconhece a dificuldade para atender aos pedidos –principalmente os de produtos mais populares, como as ceras em pasta. "Aumentamos a entrega e os turnos de produção mas ainda assim ocorre falta localizada de alguns itens", afirma. Nos pontos de venda, tornou-se difícil encontrar aerosóis e inseticidas da Bayer, da Reckittco & Colman e da Refinações de Milho Brasil, que fabrica o SBP. Depois de três anos de vendas fracas, as indústrias afirmam que estão aumentando turnos de produção e reforçando a área de distribuição. "Um dia falta determinado item aqui, a gente ocorre e abastece; logo mais localizamos outro hiato, mas nada indica que o consumidor final irá encontrar mercado completamente desabastecido", diz Ana Silvia Stabel, da Reckittco & Colman. "A compra de componentes está mais difícil do que há seis meses. Mas aos poucos vamos adaptando o ritmo de produção à entrada de componentes", afirma Felippe Arno, proprietário da Arno. A Black & Decker informa que demora duas semanas para entregar os produtos aos clientes. "Depois do real as encomendas aumentaram 20%", diz Brett Olson, presidente. Segundo ele, parte do do consumo é reflexo do Plano Real e parte da proximidade do final do ano. Michael Klein, diretor da Casas Bahia, diz que os populares são os campeões de vendas. Do início do mês até o dia 22, a sua rede comercializou 2.000 TVs em preto e branco, o dobro de igual período de 1993. Texto Anterior: O SOBE E DESCE Próximo Texto: Varejo resiste a aumentos Índice |
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