São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
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Treinadores 'liberais' ganham mais espaço

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais do que destacar o nome de Brad Gilbert, as vitórias de Agassi reforçam a tendência de treinadores mais "liberais" no circuito.
O técnico com presença constante ao lado do tenista, cercando seu jogador de "cuidados e orientação", é um personagem comum no tênis desde os anos 70.
O bigodudo romeno Ion Tiriac é o melhor exemplo. Por uma década, foi a sombra do argentino Guillermo Vilas, submetido a um regime espartano de preparação.
Deu certo. Vilas, limitado em talento, conseguiu chegar a número 1 do ranking e ganhou status de maior tenista sul-americano de todos os tempos. Com Tiriac levando 40% de seus prêmios.
Nos anos 80, o romeno arranjou outro discípulo para abastecer sua conta bancária: o alemão Boris Becker, que venceu o tricampeonato de Wimbledon aos 22 anos.
Coincidência ou não, atualmente Vilas e Becker não gostam nem de falar o nome de Tiriac. Os dois romperam depois de muita briga.
Ivan Lendl foi um campeão que se adaptou bem à constante presença do técnico, o australiano Tony Roche, outro durão.
Nos anos 90, tenistas como Arantxa Sanchez, Sergi Bruguera e Michael Stich chegaram às primeiras posições do ranking trabalhando com técnicos mais "discretos", sem vocação para aparecer.
Agassi é o exemplo da transição. Há cinco anos, não dava um passo sem consultar Bollettieri. "Até para decidir a cor da camiseta", brincou John McEnroe.
Hoje, com Gilbert, Agassi nem faz questão de ter o técnico ao lado da quadra. "Brad me deixa confiante. Como ele diz, técnico não ganha jogo, só ajuda."
(TM)

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