São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
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É hora de preparar o 'bolso' para despesas extras de condomínio

GABRIEL KARPAT

É hora de preparar o 'bolso' para despesas extras de condomínio
As despesas com funcionários do prédio representam 50% dos gastos do condomínio
O final do ano se aproxima e com ele todo o contingente de moradores em edifícios volta a se preocupar com as despesas extras para pagamentos dos funcionários de condomínios.
E por duas questões iminentes. Em primeiro lugar, a proximidade do dissídio coletivo da categoria, que ocorre em outubro, e deverá acarretar um aumento em torno de 10% na folha de pagamento, e igual percentual nos encargos. A outra questão é o 13º salário dos funcionários, cuja a primeira parcela deve ser paga em novembro.
As despesas referentes a funcionários nos condomínios representam 50% dos gastos mensais. Isso porque soma-se aos salários todos os encargos trabalhistas aos quais os condomínios, na qualidade de patrões, estão sujeitos. Essa carga absurda se equipara à das indústrias e empresas de grande porte.
A legislação vigente não faz qualquer diferenciação entre essas empresas, cuja atividade as torna lucrativas, e os condomínios, onde os funcionários representam despesas a serem rateadas entre os moradores.
Os prédios com maior número de moradores se beneficiam do fato de terem um maior número de pagantes, ao contrário de prédios de pequeno porte, onde muitas vezes essa despesa é insustentável.
Daí, serem adotadas medidas drásticas, como redução do quadro de funcionários, substituição de funcionários por outros sistemas, como porteiros eletrônicos por exemplo.
Mas nem todos os condomínios têm essa possibilidade, uma vez que as construções modernas, com arquitetura arrojada, não previram essa hipótese. Grandes áreas comuns e portarias avançadas não podem prescindir de pessoal para vigilância e segurança.
A terceirização é uma possibilidade viável, mas tenho algumas reservas quanto às questões que envolvem a segurança dos moradores dos edifícios, devido à grande rotatividade no quadro de funcionários. E ainda, porque não há uma eliminação de despesas, muitas vezes nem uma redução. A sua implantação parcial talvez seja a melhor política a ser adotada.
Soluções definitivas para essas questões provavelmente não existem. Mas medidas concretas, menos radicais, podem contribuir para reduzir os gastos relativos a esse item.
Medidas como a readequação da escala do pessoal, cortando as horas extras habitualmente pagas, que também incidem no 13º salário e nas férias dos funcionários. Rever a escala de folgas, muitas vezes com um funcionário a mais, elimina as tão onerosas folgas trabalhadas.
Oferecer outros benefícios, como plano de saúde e cesta básica, também pode ajudar a reduzir a rotatividade do pessoal, além de não incidir sobre os encargos trabalhistas.
Mas de todos os efeitos, o mais importante é a informação. O síndico deve comunicar a todos o motivo dos aumentos, e demonstrar com clareza os valores pagos.
E, principalmente, efetuar uma programação prévia, arrecadando antecipadamente o montante a ser pago no final do ano, reduzindo o impacto gerado por essas despesas.

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