São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
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Mirandópolis vira 'cover' da Liberdade

PABLO PEREIRA
EDITOR DE IMÓVEIS

O bairro Mirandópolis (zona sul) está se transformando na versão "cover" da Liberdade, área que concentra imigração japonesa na região central de São Paulo.
Localizado entre as avenidas José Maria Whitaker e Jabaquara (zona sul), que permite acesso fácil à Liberdade através da ligação com Domingos de Morais e Vergueiro, a Mirandópolis concentra lançamentos de imóveis de construtoras que pertencem a descendentes de japoneses (nisseis), como Matushita e Kobayashi.
Nesta última, cinco dos 14 apartamentos vendidos no empreendimento da praça Guacunduva, próximo à estação Praça da Árvore do metrô, tiveram compradores nisseis. Um imóvel foi vendida a um japonês, segundo a Kobayashi.
O empreendimento da Kobayashi tem 18 apartamentos de três quartos com preços de R$ 120 mil à vista por unidade.
Para Mário Matushita, da construtora Matushita, o bairro "é uma segunda Liberdade". Mas Júlio Matushita, outro diretor da empresa, discorda. "Não é bem assim, os compradores são bem diversificados", afirma.
A Matushita tem imóveis construídos em sistema de preço de custo, com apartamentos de padrões médio e alto.
Entre os empreendimentos da construtora na região, estão um três quartos na Correia de Lemos, com 119 m2, por R$ 140 mil, e outro de três suítes na rua Guarujá, mesma faixa de preço.
"Isso pode ser observado em uma área como a da rua das Rosas, onde o zoneamento permite a verticalização", diz o engenheiro João Freire do D'Avila Neto, 36.
Segundo o estudo, casas e sobrados ainda predominam na região e os edifícios existentes têm idade de até oito anos, com bom padrão e infra-estrutura de lazer.
A tendência, segundo Freire, é de que o processo de verticalização seja acentuado, aproveitando as condições favoráveis de infra-estrutura na área, como metrô.
Esse processo já está em andamento no lado oposto da Jabaquara, onde ficam os bairros Saúde, Chácara Inglesa e Praça da Árvore, onde se encontra um número maior de edifícios prontos para morar ou em construção.
Mirandópolis tem preços de terrenos para incorporação que podem ser considerados baixos, com áreas para incorporação variando de US$ 300 a US$ 600 o m2.
Embora a oferta desse tipo de imóvel seja pequena na área, há casario antigo, na maioria casas geminadas, que poderiam ser demolidas, abrindo espaços para prédios, como ocorreu em empreendimentos da Matushita.
O estudo de Freire aponta ainda uma carência de novos edifícios de escritórios no bairro, ao contrário, por exemplo, do que está ocorrendo na área do metrô Jabaquara, que concentra empreendimentos residenciais, mas também tem novos prédios comerciais.
"Não se observa lançamentos de emprendimentos comerciais ao longo da Jabaquara e do met6rô Praça da Árvore, que é o corredor de forte comércio na região", diz o estudo da empresa.

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