São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
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Ibama reconhece abandono da região

DA REPORTAGEM LOCAL

O escritório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em Salvador reconhece que há desmatamento no Parque Nacional de Monte Pascoal.
"A região não está abandonada completamente, mas está desassistida a ponto de termos clareiras no Monte Pascoal", diz Sóstenes Florentino, 36, chefe da divisão de administração e finanças do Ibama em Salvador.
Segundo ele, há 26 pessoas para fiscalizar a região de Porto Seguro. "Mas os escritórios do Ibama no interior estavam abandonados. Deveria haver fiscalização contínua no Monte Pascoal mas não havia".
O abandono deve-se a problemas da administração anterior do Ibama da Bahia, afirma Florentino. Tanto que há uma espécie de intervenção não declarada no escritório baiano do instituto.
A solução para o desmatamento, diz ele, pode vir de um acordo do Ibama com a Petrobrás, através do qual a estatal daria verbas para conservar o parque.
Outra providência que o Ibama está planejando é solicitar a ajuda do departamento de cartografia do Exército para mapear o parque. Até hoje não existem mapas detalhados da região.
O escritório da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Eunápolis, a cerca de 40 km de Porto Seguro, diz não saber da participação dos índios pataxós no desmatamento do Monte Pascoal.
Há cerca de 7.500 pataxós espalhados por 12 aldeias na região de Porto Seguro, todos aculturados.
"Não existe índio carvoeiro", afirma Gitibá Faustino, 40, chefe do serviço de assistência ao índio da Funai de Eunápolis. "Já vi dezenas de caminhões saindo com madeira do parque, mas isso não é feito por índio".
Os pataxós, segundo ele, cortam pés de arruda e de uma palmeira chamada pati para fazer artesanato.
Os índios podem usar a madeira para subsistência, mas são proibidos de explorá-la comercialmente.

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