São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
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Liberais e verdes tentam superar derrotas

SILVIA BITENCOURT
ESPECIAL PARA A FOLHA

As eleições de hoje são também um teste para o partido liberal (FDP), que apóia o governo de Helmut Kohl em nível federal, e para a Aliança 90-Verdes.
Ambos saíram derrotados nos três últimos pleitos realizados em Estados do Leste alemão.
Em Brandemburgo, na Saxônia e na Saxônia-Anhalt, os verdes e os liberais não atingiram o índice de 5% dos votos exigido para ingressar nos Parlamentos.
Os liberais também não conquistaram nenhuma cadeira na última eleição para o Parlamento Europeu, em junho, e em Hamburgo, cidade-Estado no norte do país.
As derrotas indicam que os liberais correm o risco de também ficar de fora do Parlamento Federal alemão, onde costumam ter um lugar garantido, passando dos 5%.
Ameaçado de receber este ano mais um cartão vermelho dos eleitores, o FDP coloca em risco a coligação que sustentaria eventualmente um novo governo Kohl.
Alguns políticos liberais criticam o FDP por não destacar as diferenças em relação à CDU, deixando de ter perfil próprio.
As críticas se acentuaram em maio passado, quando a cúpula do FDP decidiu apoiar o então candidato da CDU à Presidência da República, Roman Herzog.
Apesar de as pesquisas indicarem que os alemães preferem o social-democrata Johannes Rau para presidente, o FDP não quis pôr em risco a coligação governista.
Já os verdes vivem um conflito entre os seus partidários ocidentais e os orientais.
Desde 1990 os Verdes da ex-Alemanha Ocidental e a Aliança 90, grupo ecológico e de defesa dos direitos civis da ex-Alemanha Oriental, se uniram num mesmo partido. Os verdes do leste dizem que a estrutura do partido está dominada pelos ocidentais.
Também acusam os ocidentais de se prenderem em temas que dizem mais respeito à parte oeste do país, o que estaria prejudicando as campanhas políticas nos novos Estados.
(SB)

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