São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
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"Pupilas" original teve troca de atrizes

ISMAEL FERNANDES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A primeira versão de "As Pupilas do Senhor Reitor", cujo remake o SBT promete para novembro, foi apresentada pela Record de março de 1970 a março de 1971.
Retratava o cotidiano de uma aldeia de Portugal no século passado.
O texto de Lauro César Muniz era romântico e tecido com afiada veia cômica. Adaptou o romance de Julio Diniz com tal propriedade que lhe atribuíram o gracejo de haver completado a obra do autor.
Ao contrário da nova versão, que tem várias cenas ambientadas na cidade do Porto, em Portugal, novela da Record era composta de cenas internas em sua quase totalidade.
A primeira versão tinha como diretor e protagonista Dionísio Azevedo –o reitor do título, que agora será vivido por Juca de Oliveira–, um padre respeitado na aldeia e dedicado às irmãs Clara e Margarida.
A educação das pulipas lhe fora confiada pela mãe em seu leito de morte.
Margarida (Luciana Braga na nova versão) dava chance a Márcia Maria se exibir como atriz, dando adeus à sua iniciação como como garota propaganda.
Já Clara (que será interpretada por Débora Bloch) tem para contar uma das mais curiosas histórias da dramaturgia nacional.
A novela começou com Georgia Gomide à frente da personagem e terminou com Maria Estela.
Dionísio se diverte com a troca de atrizes: "Georgia se indispôs com a produção e pediu substituição. Estávamos em plena festa da Desfolhada e Maria Estela passou a ser a Clara.".
Com certeza não há telespectador dos anos 70 que não lembre de Agnaldo Rayol como Daniel das Dornas, jovem e revolucionário médico que entrava em choque com o velho dr. João (Sérgio Mamberti).
À frente da trama estava o amor de Daniel por Margarida, nascido quando os dois eram ainda crianças.
Só que Daniel ao retornar à aldeia não mais se lembra da namorada da infância. Ela ao contrário mantém-se fiel.
Daniel encontra o irmão Pedro (Fúlvio Stefanini) à frente dos negócios da família e se vê às voltas com quatro mulheres: as duas pupilas, Amália (Ivanise Sena) e Francisquinha (Reny de Oliveira).
A novela tinha ainda um lado bizarro com as três beatas: Linda Gay, Lia de Aguiar e Célia Rodrigues.
Trazia a estréia de Carlos Augusto Strazzer como Manuel do Alpendre. Laura Cardoso fez sucesso com Tereza e Lolita Rodrigues como Joana.
Ao final de 280 capítulos, Lauro e Dionísio estavam na mira da Globo.

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