São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 1994
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Bancários tentam acordo hoje no TRT

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A audiência de conciliação entre bancários e banqueiros, hoje, às 14h, no Tribunal Regional de Trabalho em São Paulo, vai começar em clima tenso.
Na última quinta-feira, a categoria, com data-base em setembro, fez uma greve "surpresa" no banco Nacional.
Durante a semana, os bancários já haviam realizado paralisações parciais no Bradesco e Itaú.
Alencar Rossi, o negociador da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), disse que não houve greve, mas "boicote", "grevilha", onde militantes profissionais fizeram barreiras à entrada dos funcionários.
"Os bancos entenderam que esse comportamento da liderança sindical, que estava negociando conosco, que acabava de receber uma proposta séria, foi extremamente grave para o andamento do diálogo. Um comportamento que desviou o ritmo da conversa", disse Rossi.
Segundo o representante da Fenaban, este comportamento dos bancários acabou por gerar uma atitude emérgica por parte do sistema bancário.
A atitude emérgica foi o pedido de julgamento do dissídio, na própria quinta-feira.
"Caiu a máscara: a Fenaban, que tem um discurso liberal, está pedindo o socorro do Estado porque não consegue resolver a negociação", afirmou Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários.
Com o pedido de julgamento do dissídio, a possibilidade de realizar uma greve geral da categoria ganhou força entre as lideranças sindicais.
As greves "surpresa", afirmou Berzoini, vão continuar durante esta semana.
Segundo o presidente do sindicato, tais greves ajudam a construir a paralisação maior. "Não vamos desistir de nossas táticas."
Os bancos oferecem 16% de reajuste e os bancários querem 119% mais de 13% de aumento real.
Apesar da aparente irredutibilidade entre das partes, tanto Alencar quanto Berzoini preferem ainda acreditar em um acordo.
Está marcada para amanhã uma nova assembléia dos bancários.

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