São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Paulistas e cariocas dão cartas até agora
MARCELO FROMER; NANDO REIS
Ao contrário do torneio passado, o São Paulo, que vinha sendo a pedra no sapato do Palmeiras, vem mal das pernas. Uma persistente contusão não permitiu ainda que a sua maior contratação, Sierra, pudesse entrar em campo para tentar reorganizar a equipe. Já o Palmeiras parece não ter sentido o golpe da saída de Mazinho e Edílson. A grande surpresa vem sendo Rivaldo, que se recupera da queda vertiginosa que teve após sua passagem pela seleção na etapa preparatória para a Copa que vencemos não sabemos como. Edmundo e sua arrogância seguem impávidos, destruindo defesas. O Santos está há tanto tempo em crise que já nem se abala mais; acostumou-se à incompetência dos administradores, capazes de enxotar do clube seu maior ídolo e divulgador, Pelé, o Rei. Mesmo o episódio Serginho x Testículos não abalou a fé de seus fiéis comandados. Destaque para Macedo, em quem ninguém mais acreditava. O Guarani já tomou há algum tempo o lugar da Lusa como time grande de São Paulo. Não é de hoje que o time se renova com certa calma e habilidade. Sai Djalminha e entra Amoroso, por exemplo. O Corinthians é sempre um caso à parte. A verdade é que, se tiverem paciência diretoria e, principalmente, torcedores, este time obrigatoriamente vai crescer e chegar lá. Afinal não é todo dia que se reúne num mesmo elenco Marcelinho, Souza, Boiadeiro e Viola. Mas a grande diferença deste campeonato é que os times do Rio estão fortes e consistentes. O Botafogo do bom Túlio tem agora mais poder de fogo. Vale ressaltar que, sem dúvida, é um time que conta com uma legião de fanáticos capazes de entregar a vida pelo clube. O Fluminense conta também com um artilheiro e tem se comportado melhor do que em outras oportunidades. Ézio sem dúvida é um definidor. O Flamengo está sempre em mudança, graças à facilidade de renovação nas categorias inferiores. Mesclando a experiência de Gilmar à esperteza de Sávio, auxiliados pelo incansável Nélio e o habilidoso Marquinhos, pode ir bem longe. Com o zagueiro Rocha guarnecendo a entrada da área e o artilheiro Valdir encaçapando na área adversária, o Vasco já é faz tempo um time bem armado e com grandes chances. Pena que sempre manche sua tradição com episódios sombrios, como o caso William. Aproveitando a rápida análise, enfocando os times de melhores campanhas nesta fase, paulistas e cariocas, vale ressaltar mais duas notas negativas envolvendo as duas capitais que adoram inflamar seus corações e times com a velha e conhecida rixa. Enquanto os responsáveis pelo acolhedor Pacaembu permitiam que seu gramado fosse literalmente destruído por eventos extrafutebolísticos, no Rio o já conhecido Eurico Miranda proibiu faixas que pediam às torcidas no estádio o fim da violência justamente no jogo onde paulistas e cariocas, representados por Vasco e Santos, encenaram o deplorável episódio de uma verdadeira batalha campal. Nando Reis e Marcelo Fromer são músicos e integrantes da banda Titãs Texto Anterior: Grêmio derrota o Bragantino por 2 a 1 de virada em Porto Alegre Próximo Texto: Equipe de Parreira ganha na Espanha Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |