São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Corinthians vence e assegura ponto extra

UBIRATAN BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico do Corinthians, Jair Pereira, pretende guardar na memória apenas o 1º tempo da vitória de 3 a 2 sobre o Criciúma, ontem à tarde, no Pacaembu.
"Foi só nesse período que o time jogou como se espera para a próxima fase. No resto, acomodou", disse o treinador, que garantiu o ponto extra.
A divisão do jogo em dois momentos distintos é justificável.
Se no 1º tempo o Corinthians conseguiu se distribuir em campo, impor suas jogadas de ataque e fazer dois gols, no 2º o time cansou e se concentrou no meio-campo.
"No intervalo, pedi para que não recuassem muito. Mas não adiantou", reclamou Pereira, prevendo uma reação do adversário.
A previsão era correta –em desvantagem, o técnico Lori Sandri optou por armar as jogadas pelas pontas, colocando Jairo Lenzi e Marcelo Cruz, atacantes rápidos, em campo.
O Corinthians contribuiu para o sucesso da medida. Cansados, os laterais Wílson Mano e Leandro Silva não conseguiam acompanhar a velocidade dos atacantes.
Pior: mesmo com a vantagem de quatro contra três no meio-campo, o Corinthians não conseguia manter a facilidade na troca de passes.
Foi o bastante para o Criciúma conseguir o empate. "Nesse momento, olhei para o Célio Silva e já me preparei para as críticas. Esse é um problema grande: a culpa sempre é da dupla de zaga", desabafou o zagueiro Henrique.
O jogador tinha motivos para se precaver: no segundo gol do Criciúma, Sandro teve a liberdade de chute, fornecida pela falha de marcação.
Ciente do problema, Henrique avançou e conseguiu marcar o terceiro gol. Foi também a redenção do time –além de vaiar, a torcida já chamava Jair Pereira de "burro" pela demora em colocar Marques em campo.
"O gol limpou a nossa barra", comentou, de forma precisa, Henrique. "A vitória era necessária para garantir nossa tranquilidade na próxima fase", disse o técnico.
Pereira não queria apresentar a lista de problemas (ausências de Branco, Paulo Roberto, Boiadeiro e Luisinho) para justificar um resultado insatisfatório.
"Mesmo com tanta dificuldade, não seria aceita nenhuma explicação. O Corinthians tinha que ser o primeiro da sua chave. O resto era secundário."
Jair Pereira não quis comentar a próxima fase, em que ficará no Grupo E. "Agora o campeonato passa a ter importância, os pontos começam a valer mais."
O técnico estuda, porém, a possibilidade de manter o time em regime de concentração permanente, morando em um hotel.

Texto Anterior: Corinthians revela fragilidade de caráter
Próximo Texto: O JOGO
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.