São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 1994
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Cena club de SP ganha cara internacional

RENATO LOPES; GUTO BARRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

GUTO BARRA
A cena club brasileira ganha novo impulso. O culto à figura do DJ recebe esta semana informações internacionais –da Alemanha e dos Estados Unidos.
O Instituto Goethe inicia o projeto Tecno Samba, destinado a promover o intercâmbio entre profissionais de clubes noturnos e produtores de dance music.
Para isso, estiveram em SP na última semana o coordenador do projeto, Konrad Mathieu, e o DJ Hans Nieswandt, de Colônia.
Visitaram clubes e encontraram músicos e produtores, como os integrantes do grupo brasileiro de tecno Habitants, o produtor e compositor Mitar Subotic e o percussionista João Parahyba, que trabalha com dance relacionada a jazz.
Esta foi a primeira fase do projeto. Mathieu e Nieswandts voltam em junho de 95. Querem trazer também outros DJs, de tendências musicais variadas, para festas no estilo das raves alemãs, com DJs brasileiros convidados. Serão várias festas na mesma noite, em locais diferentes.
O objetivo é levar estas atividades ainda a Brasília, Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Também vão ter continuidade os contatos com os brasileiros para a produção de faixas em parceria com músicos e produtores.
Durante sua estadia em São Paulo, Mathieu e Nieswandt conheceram parte do mundo club. Visitaram o Sound Factory, no bairro de Pinheiros (zona oeste), onde tocava o DJ Mau Mau. O tecno (música eletrônica com batidas rápidas) dava o tom.
"Me parece que aqui quem gosta de tecno é um pouco mais velho do que na Alemanha", observou Nieswandt. "Na Europa, a cena tecno mais radical é frequentada por garotos de 14 a 19 anos."
Também deram "uma passada" no Balafon (Higienópolis, zona central), casa dedicada a ritmos negros e reggae. Não agradou. A dupla alemã queria algo "mais étnico e menos comercial".
O lugar mais apreciado foi o Galpão Paparazzi, clube underground nos Jardins, onde o DJ Nieswandt tocou por duas horas. "Me identifiquei mais com o público", explicou. "A house tem muita empatia; gosto disso, em qualquer lugar do mundo".
Quem perdeu a "noite alemã" pode tentar recuperar as informações internacionais hoje na boate Rave (r. Bela Cintra, 1.900, tel. 883-2133, Jardins). A casa comemora seu segundo aniversário com a presença do DJ americano Will Brown, do underground de NY.

RENATO LOPES, 32, é DJ há sete anos. Toca aos sábados no Galpão Paparazzi e, a partir desta semana, às sextas no Samantha Santa

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